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Aécio ameaça voltar ao regime de concessões

Data da publicação: 24/09/2014
Autor(es): Rogerio Lessa

Sob o pretexto de “atrair investimentos”, o candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, acena com a realização de mais leilões e uma volta ao modelo de concessões para a exploração do petróleo do pré-sal, em detrimento do modelo de partilha. Este último estabelece que a União é a dona do petróleo explorado por empresas privadas, havendo a obrigatoriedade de a Petrobrás figurar como operadora única.

A AEPET se opõe à realização de leilões e ao modelo de concessões, entre outras razões porque tira da União a autonomia para ditar o ritmo da produção. A AEPET entende que a produção deve estar em sintonia com a capacidade de fornecimento da indústria local e com uma estratégia para o desenvolvimento tecnológico e industrial.

Isto se torna ainda mais importante no momento em que a indústria de transformação, responsável por metade do PIB da indústria geral no Brasil, se mantém estagnada desde 2010, com salários crescendo acima da produtividade. Em contraste, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), aponta que o setor de petróleo e gás será o de maior produtividade no país em 2029. As previsões da Fiesp apontam um aumento de participação do setor no PIB, saltando de 12% (registrados em 2012) para quase 20% no ano de 2020.

O setor movimenta uma ampla cadeia produtiva: máquinas e equipamentos, siderurgia, metalurgia, material elétrico, o setor naval e vários segmentos industriais da cadeia química e eletrônica. Na área de serviços, o leque vai desde serviços técnicos gerais (de gestão, jurídicos, contábeis, projeto, construção, etc.), até serviços de transporte. Ainda segundo a Fiesp, o efeito multiplicador do segmento de petróleo e gás atinge toda a indústria de transformação e pode ajudar a dinamizar os setores de maior impacto socioeconômico para o país.