Catalunha x Espanha
No domingo, dia 09, realizou-se na Catalunha um plebiscito simbólico sobre a independência da região. Os eleitores deviam responder a duas perguntas: 1) você que que a Catalunha seja um Estado? 2) você quer que este Estado seja independente?
A Catalunha tem 7,5 milhões de habitantes, dos quais 5,4 são eleitores qualificados. Podiam votar os maiores de 16 anos e também os estrangeiros oficialmente residentes. O voto é facultativo.
Compareceram mais de 2 milhões de eleitores. 80% responderam “sim” às duas perguntas. 10% disseram “sim” à primeira e “não” à segunda. E 4,5% responderam “não” a ambas as perguntas.
O governo catalão considerou o plebiscito uma “vitória” e o espanhol uma “inutilidade”. Promotores espanhóis estão estudando a possibilidade de processar o governo catalão por ter usado prédios públicos (que são, no fundo, espanhóis) como locais de votação, como escolas e repartições públicas. A Corte Suprema do país considerara ilegal o plebiscito e proibira sua realização. Mas a decisão se referia a um plebiscito vinculante, isto é, com consequências legais. Este foi apenas simbólico.
O governo catalão anunciou que agora vai lutar pela realização de um plebiscito vinculante.
A votação repercutiu na Europa, revitalizando os movimentos separatistas, em recessão desde a derrota da independência da Escócia em plebiscito vinculante. Mas pesquisas de opinião dizem que se a votação ocorresse hoje na Escócia, o “sim” venceria.
25 anos da queda do Muro de Berlim
No domingo, 9 de novembro, comemorou-se o 25º. aniversário da queda do Muro de Berlim que, durante 28 anos, de 1961 a 1989, cercou o lado Ocidental da cidade. Entretanto, eram os cidadãos do lado Oriental que se sentiam cercados. Somente quem tinha mais de 65 anos, idade da aposentadoria, podiam passar livremente deste lado para aquele. O objetivo maior do Muro era evitar o êxodo de profissionais qualificados da Alemanha comunista para a capitalista, atraídos por melhores salários e por maior liberdade individual.
Ao longo de pedaços do Muro que ainda estão de pé ou da linha demarcada no chão por onde ele passava, foram distribuídos milhares de balões brancos iluminados. Às 19h30, hora em que, na noite de 09 de novembro de 1989, “os portões foram abertos”, os balões subiram aos céus. Nas ruas, havia milhares de berlinenses, de alemães vindos de todo o país e de turistas e viajantes estrangeiros que aqui se encontravam, de propósito ou por acaso. Hoje o que resta do Muro é uma das principais atrações turísticas da cidade.
México
O governo mexicano admitiu que os 43 estudantes desaparecidos depois de protestos na cidade de Iguala, no sul do país, devem ter sido mortos com requintes de crueldade, queimados numa pira de pneus em fogo. Estão se sucedendo protestos em todo o país contra a omissão dos governos no crime e na sua apuração. O portão cerimonial, de madeira, na frente do Palácio Presidencial, na praça conhecida como “El Zocalo”, foi incendiado. O governo mexicano também anunciou que vai contratar um laboratório australiano para proceder a identificação dos corpos encontrados.
China x Japão: a pacificação é possível
O encontro do presidente chinês Xi Jinping e do primeiro-ministro Shinzo Abe, em Pequim, coroou e também abriu uma nova fase em possíveis negociações de distensão entre os dois países, desde que as relações entre eles foram tensionados pelo conflito em torno das ilhas Senkaku (nome japonês) ou Diaoyu (nome chinês). O objetivo primeiro deste encontro foi estabelecer uma “telefone vermelho” entre os dois governos para evitar a possibilidade de escalação incontrolada devido a este ou outros conflitos. Outras negociações devem se seguir.
ACEAP (APEC em inglês)
O encontro dos dois mandatários se deu logo antes da abertura da reunião de cúpula da Associação para a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), à qual, além dos dois, devem comparecer o presidente russo, Vladimir Putin, o norte-americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro australiano, Tony Abbot. O encontro se realiza na segunda, 10 e na terça, 11. Vários analistas assinalam que Obama comparece enfraquecido pela derrota eleitoral recente em seu país, enquanto os chineses estão fortalecidos pela aprovação liminar da formação do novo Banco Asiático para Investimento em Infra-Estrutura, com 50 bilhões de dólares de capital inicial, e pela formação de banco semelhante com os BRICS, com sede em Xangai.
Rússia e China
Também fortalecido vai ao encontro o presidente russo, Vladimir Putin, que vai negociar o aumento das exportações de gás para a China e para o continente asiático.
30 anos da tregédia de Bopahl
Em dezembro ocorre o 30º. aniversário da tregédia de cidade de Bopahl, na Índia, quando unidades de fabricação de pesticida da Union Carbide deixaram escapar toneladas do gás metil-isocianureto. 5 mil pessoas morreram na hora, na noite de 2 para 3 de dezembro de 1984. Outras 500 mil apresentaram doenças e/ou sequelas permanentes, incluindo a gestação de fetos com deficiências variadas, até mortais. A água e a terra na região estão inutilizadas até hoje.
Desde então Nos Estados Unidos e na Índia há processos em curso contra a empresa, que foi comprada pela Dow Chemical em 2011. Um tribunal indiano intimou a Dow Chemical a comparecer a uma audiência no dia 12 desta semana. O executivo-chefe da Union Carbide no momento do acidente morreu recentemente, octogenário, na Flórida, sem que fosse julgado por qualquer tribunal.
Encontros imediatos e perigosos do terceiro grau
A associação European Leadership Network divulgou nesta segunda-feira relatório em que aponta terem acontecido desde o começo da crise na Ucrânia pelo menos 40 incidentes graves e ameaçadores entre unidades russas e ocidentais dos mais variados tipos. Estes incidentes vão desde o quase choque entre uma aeronave russa de reconhecimento e um avião de passageiros, com 132 a bordo, que decolava de Copenhague, na Dinamarca, a quase confrontos entre aeronaves russas e norte-americanas, além de canadenses e suecas. A publicação ecoa a conclamação do ex-líder soviético Mikhail Gorbachev por iuma distensão entre Rússia e Ocidente, que estariam no “limiar de uma nova Guerra Fria”.
Rússia, Austrália e o G-20
Respondendo, ainda que indiretamente, a esta conclamação, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbot, anunciou, ao chegar a Pequim para a reunião da APEC, seu recuo em relação à proposta de não convidar o presidente Vladimir Putin da Rússia para o encontro de cúpula do G-20 que começa na Austrália no próximo fim de semana.
FONTE: Carta Maior