Notícia

Agenda Internacional – 02/03/2015

Data da publicação: 02/03/2015
Autor(es): Flávio Aguiar

Israel, EUA, Irã

O primeiro ministro israelense Benyamin Netanyahu está em Washington, convidado pelo deputado republicano John Boehner, presidente da Câmara, para falar ao Congresso norte-americano contra as negociações com Teerã sobre seu programa nuclear. Na segunda-feira, Netanyahu fala perante a Comissão de Assuntos Internacionais e na terça perante o plenário, retornando em seguida a Israel. A visita despertou uma série de controvérsias e acusações de que ela tem um sentido eleitoreiro diante das eleições marcadas para 17 deste mês. A credibilidade internacional de Netanyahu está em queda desde que na semana passada vieram à luz documentos do Mossad, o serviço secreto israelense, contestando seu pronunciamento perante a ONU, três anos atrás, segundo o qual o Irã estaria muito perto da construção de uma bomba atômica. Ex-dirigentes do Mossad tem feito campanha contra ele. A Casa Branca anunciou que não receberá Netanyahu durante sua permanência nos EUA. Ao mesmo tempo o secretário de Estado John Kerry se encontra na segunda-feira com a delegação iraniana em Montreux, na Europa.

Grécia x Europa

Depois da queda de braço entre o governo grego e os demais países membros da zona do euro, sobretudo a Alemanha, as partes chegaram a um acordo provisório que prorrogou a ajuda Europeia por quatro meses. Ambos os lados cantaram vitória, com o establishment do euro dizendo que o governo de Alexis Tsipras cedeu e este afirmando que ganhou tempo para negociar as bases de um novo acordo. Apesar de haver protestos em Atenas por grupos de extrema-esquerda e de extrema-direita, recentes pesquisas de opinião dão conta de que a popularidade do governo aumentou, com uma avaliação muito positiva, subindo de 36 para 47%.

Rússia

O assassinato do líder de oposição Boris Nemtzov em Moscou na sexta-feira desencadeou uma série de protestos na Rússia e acusações contra o governo de Vladimir Putin como responsável pelo crime. Nemtzov, que foi vice-primeiro-ministro de Boris Yeltsin e é tido como um dos planejadores da reintrodução do capitalismo no país, vinha criticando Putin por sua política econômica e pelo papel da Rússia na crise da Ucrânia. Analistas apontam que num momento em que desfruta de uma popularidade de 80% não haveria razão para Putin sequer desejar a morte de Nemtzov. Levantam-se suspeitas eventuais sobre grupos separatistas ucranianos ou sobre extremistas islâmicos, pois o ex-vice-primeiro-ministro condenara com veemência os assassinatos do episódio Charlie Hebdo na França.

HSBC

Ao contrário da velha mídia brasileira, a mídia internacional continua cobrindo com destaque as investigações sobre as irregularidades fiscais e outras do ramo suíço do banco HSBC. As falcatruas em matéria de sonegação, ocultamento de contas, negócios escusos com contrabando de jóias e armas, e acolhida a criminosos internacionais são orçadas em mais de 120 bilhões de dólares. Apesar de reconhecer a existência de irregularidades, a direção do banco ameaça cortar a publicidade em mídias que mantenham uma cobertura considerada desfavorável.

Indonésia

As condenações à morte na Indonésia por tráfico de drogas continuam a provocar protestos e crises diplomaticas pelo mundo afora. Os próximos condenados são dois australianos, e há mais um brasileiro entre as centenas da fila de espera. O governo indonésio diz que a pena de morte é uma prerrogativa de sua soberania.

Iraque e Estado Islâmico.

O Exército de Bagdá lançou uma grande ofensiva para retomar a cidade de Tikrit, terra-natal do ex-ditador Sadam Hussein. A ofensiva parte de três frentes, pelo norte, oeste e sul, com trinta mil soldados de infantaria e apoio de artilharia pesada e da aviação. Tikrit fica a 130 km ao norte da capital, e está em poder do Estado Islâmico desde meados do ano passado. O governo iraquiano prometeu perdão a quem abandonar as forças inimigas.

Brasil

Repercutiu na mídia internacional a prisão do empresário Ezequiel Castanha, acusado de ser responsável por 10% do desmatamento ilegal na Amazônia, sobretudo ao longo da BR-163, no estado do Pará, além de outros crimes, como grilagem, sonegação e lavagem de dinheiro. A prisão desencadeará a abertura de um processo judicial contra o empresário a partir do dia 11. A defesa pedirá que ele responda o processo em liberdade e a promotoria a prisão preventiva. Houve uma repercussão favorável, contrariando a atual campanha contra o Brasil através da repetição dos lugares comuns sobre a proverbial impunidade dos criminosos de colarinho branco no país, cujo epicentro hoje é a investigação sobre a Petrobrás.

FONTE: Carta Maior