Notícia

Venda de ativos é privatização disfarçada

Data da publicação: 19/03/2015
Autor(es): Alex Prado

O representante dos trabalhadores no Conselho de Administração (CA) da Petrobrás e diretor da AEPET, Silvio Sinedino, fez duras críticas à proposta do presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, de vender ativos para reforçar o caixa da Petrobrás. Segundo informações divulgadas pela imprensa, seriam vendidos usinas termoelétricas, dutos, navios da Transpetro e parte da BR Distribuidora, num valor estimado de US$ 13,7 bilhões

“São ativos importantes e fundamentais para a empresa. Qual o sentido de se vender navios e depois afretá-los dos novos donos? Citou Sinedino como exemplo.

Ele também questionou a estimava de valor a ser arrecadado, uma vez que o momento econômico é de retração na economia, tanto no Brasil como no exterior.

“Não acredito que se consiga fazer bons negócios neste momento, tanto pelo cenário econômico, como pela situação atual da empresa. O mercado sabe das dificuldades da Petrobrás e usará isto para diminuir o valor dos ativos”, comentou Sinedino.

Outro ponto negativo apontado pelo Conselheiro é que tais medidas estejam sendo tomadas sem o prévio conhecimento do CA. Há tempos Sinedino acusa a direção da Petrobrás de usar o CA apenas como homologador de decisões, desqualificando sua importância estatutária.

Finalizando, Sinedino afirmou que a venda de ativos nada mais é do que uma privatização disfarçada, diminuindo o tamanho e a abrangência da Petrobrás.

“Se o presidente quer fazer caixa, que cobre do governo o rombo que este provocou no caixa da Petrobrás ao subsidiar o preço dos combustíveis. Esta conta nunca deveria ter sido paga pela Petrobrás e, sim, pelo Tesouro Nacional. Foram R$ 60 bilhões em prejuízo para a empresa.” Concluiu Sinedino.