O tema das energias renováveis tem tido muitos debates – prós ou contras – simplesmente por causa da atenção que está sendo dada. Na narrativa das energias renováveis, o aspecto de como a energia verde vai salvar o planeta dos resultados prejudiciais da atividade humana ganha prioridade com mais freqüência. Há, no entanto, outro aspecto que tem sido incansavelmente destacado pelo exército dos EUA nos últimos anos: a viabilidade da energia verde.
Uma década atrás, os opositores da energia renovável argumentaram que ela é muito mais cara do que os combustíveis fósseis. Em muitos lugares, ainda é mais cara, mas não em todos os lugares: nos EUA, por exemplo, o preço da energia solar vem caindo constantemente e está sendo cada vez mais adotada pelo exército.
A preocupação central é a segurança energética, é claro. Os militares são o maior consumidor individual de combustíveis fósseis nos EUA, e altos oficiais do exército, incluindo o secretário de Defesa do presidente Trump, Jim Mattis, estão agudamente conscientes das desvantagens dessa dependência do petróleo.
A agência Reuters recorda o ataque da Al Quaeda ao navio USS Cole em 2000, que ocorreu durante uma parada de reabastecimento, e que resultou em 17 baixas. Clean Techica cita ex-militares que entraram na indústria solar após o fim de suas carreiras, tendo visto em primeira mão a destruição que a guerra por recursos traz.
Um oficial da ativa resume perfeitamente o cenário. De acordo com o Coronel Brian Magnuson, chefe do escritório de energia expedicionária do Corpo de Fuzileiros Navais, “Nossa marca é energia expedicionária. Nós não fazemos o verde. Precisamos ir mais longe com a mesma quantidade de energia que temos ou menos.
“É tão simples como isso: a energia renovável é mais segura, precisamente porque é renovável. É também mais barata, quando você calcula todos os riscos associados com a dependência de combustíveis fósseis por um exército, incluindo comboios de abastecimento de combustível que se tornam um alvo fácil, além da escassez de energia que pode comprometer missões.
A indústria de energia renovável foi mais do que acolhedora para esta necessidade de maior segurança energética, apresentando painéis solares portáteis e mochilas de geração de energia, entre outros. Além disso, a indústria está criando empregos graças ao crescente apetite do exército por seus produtos.
Alguns se perguntam se a posição anti-renováveis de Trump poderia jogar um balde de água fria nos planos de energia renovável do exército. Isso é altamente improvável. É verdade que Trump expressou seu desagrado pela energia verde. É verdade que ele é um firme defensor da indústria de combustíveis fósseis. Mas seu principal argumento é que esta indústria está criando empregos. Bem, assim também está acontecendo com a indústria de fontes renováveis, e se a criação de emprego é prioridade melhor que seja por uma indústria responsável.
Depois, há a questão da segurança nacional. De acordo com fontes militares, as energias renováveis só podem aumentar a segurança nacional. Ela também ajudará a reduzir os custos no Departamento de Defesa. Mais uma vez, com os custos mais baixos e maior segurança nacional é improvável que seja um ponto a ser discutido com qualquer presidente de turno.
Até 2020, o Exército dos EUA planeja obter um quinto de sua energia a partir de fontes renováveis. Entre 2011 e 2015, o exército triplicou o número de seus projetos de energia renovável e dobrou a quantidade de geração de energia renovável, produzindo energia verde suficiente para abastecer mais de 250 mil casas.
A mensagem de que o Exército está enviando é clara: “Não nos importamos com a mudança climática. Nós nos preocupamos com segurança e a energia renovável está nos ajudando a obtê-la.
FONTE: Oilprice.com