A transparência do mandato de Conselheiro de Administração eleito pelos trabalhadores é uma das questões estratégicas que mais tem me preocupado. Não é à toa que, por diversas vezes, pressionei a direção da Petrobrás para que me fosse fornecido o contato de todos os petroleiros. Da mesma forma que a FUP – Federação Única dos Petroleiros – tem comunicação direta com cada um de vocês, o conselheiro eleito também deveria ter.
A Petrobrás negou este canal de comunicação ao longo de todo meu primeiro mandato. Neste segundo mandato, somente ao final do ano consegui este banco de dados.
A dificuldade é tamanha que tenho me valido do apoio de entidades de classe, como a AEPET, a qual tive a honra de presidir, a FNP – Federação Nacional dos Petroleiros – e seus sindicatos filiados.
Mesmo para a FUP – a federação governista – não tive nenhuma vergonha em solicitar ajuda. No debate da eleição passada, questionei a federação publicamente e o seu coordenador, à época, garantiu que fosse quem fosse o vitorioso no processo eleitoral, teria todo o apoio da FUP.
Palavras, o vento leva. A federação governista jamais se propôs a ajudar em nada o mandato que exerci. Ao contrário, teima em distorcer minhas palavras e declarações de forma a denegrir a imagem de um lutador que é representante dos petroleiros no conselho de Administração da Petrobrás.
Mas nada disto me incomoda mais do que a total falta de iniciativa daquela federação e seus dirigentes em levar adiante as importantes e decisivas denúncias que temos feito. Em especial, o episódio de Pasadena e, agora, toda a crise da companhia, espezinhada nos meios de comunicação.
O silêncio ensurdecedor da federação governista envergonha a mim e a todos os petroleiros. Não podemos nos calar e nos intimidar por esta sórdida campanha que busca a desmoralização da Petrobrás. Somente nós, petroleiros, podemos fazer a Petrobrás sair desta situação e reassumir seu papel de destaque tanto na economia, como na moral e na ética.
Para isto, é preciso coragem e união. Infelizmente, a federação governista não passou no teste da vida real. Se acovardou e dividiu os petroleiros. Passará à história como um instrumento vil que foi criado pelos petroleiros, mas que esteve sendo utilizado contra nossa categoria no momento em que mais precisávamos.