Reunido no último sábado (11), o Conselho Deliberativo da AEPET reafirmou suas bandeiras históricas de luta em defesa da Soberania Nacional e da Petrobrás, ambas sob ataque ferrenho da mídia a serviço de interesses entreguistas e internacionais e de políticos que já se articulam em projetos de lei para retirar a Petrobrás do papel de operadora única do pré-sal.
Felipe Coutinho, presidente da AEPET, destacou a tendência crescente nos custos de exploração do petróleo, que leva as grandes multinacionais do setor, apoiadas por potências hegemônicas tanto no plano militar quanto no econômico, a forçarem para baixo os preços das matérias-primas, o que implica na exclusão de parte do planeta da possibilidade de atingir um padrão de consumo semelhante ao dos países ricos.
“A Petrobrás é um meio para acessar, apropriar, incorporar e distribuir riqueza (valor), cuja origem primária é o petróleo. Daí existir um cerco a esse valor excedente”, disse, lembrando que o programa da atual diretoria da AEPET traz uma estratégia para enfrentar esta situação estrutural.
Oportunidades e riscos
Já o vice-presidente da AEPET, Fernando Leite Siqueira, observou que há pontos fortes e fracos na luta em defesa da Petrobrás. Entre os pontos fortes, Siqueira destacou o alto nível do corpo técnico da Companhia e a tendência de subida, no médio prazo, dos preços do petróleo, entre outros fatores.
Em contrapartida, a dívida elevada “devido à pressão para produzir a toque de caixa, sem necessidade” e o planejamento da Companhia delegado a empresas estrangeiras figurariam, segundo Siqueira, na lista das fragilidades da Petrobrás, ao lado de outras, como a impunidade até aqui reinante no país e outros pontos vulneráveis.
Diante disso, o vice-presidente da AEPET vê oportunidades e ameaças, como, respectivamente, a importância estratégicas da Petrobrás para todo o setor petróleo e os projetos de lei entreguistas.
Interventor
Na segunda parte do encontro, o representante eleito dos trabalhadores e diretor da AEPET, Silvio Sinedino, criticou da “postura de interventor” revelada até aqui pelo novo presidente da Petrobrás. Sinedino reafirmou sua posição contrária ao programa de desinvestimento, que visa a arrecadação de US$ 13,7 bilhões. “O governo deu prejuízo de US$ 20 bilhões à Petrobrás ao subsidiar o preço da gasolina, porque agora não retorna parte disso para evitar a venda de ativos em conjuntura totalmente desfavorável?”, indagou.
Por sua vez, Paulo Teixeira Brandão, diretor jurídico da AEPET, desmentiu as notícias alarmistas que dão conta de um suposto rombo nas contas da Petros. “Não vejo os problemas apresentados pela mídia. Não existe rombo na Petros, o problema sério que enfrenta é de governança, devido à influência política”, resumiu Brandão.