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Agentes estrangeiros, os inimigos estão entre nós

Data da publicação: 01/06/2017

Há um permanente e amplo processo de formação da mente colonizada. Não quero dizer que a banca – como denomino sinteticamente o sistema financeiro internacional ou a nova ordem mundial – esteve sempre em nossa história com as características de hoje. Mas mudando o mando colonizador, qualquer outro poder colonial se apropria do sistema “pedagógico” anterior. Principalmente se ele se mostrar eficaz.

Sob outras vestes, a banca nos domina desde o Império. E é fácil verificar. Qual o mais antigo e eficiente instrumento de poder da banca? Nota dez para quem respondeu: a dívida. E qual a herança que o Império Brasileiro recebeu de seu familiar antecessor? A dívida, acrescida de inúmeros outros encargos e acréscimos para que se lhe reconhecesse um novo Estado independente.

Desde o momento que a banca tomou o governo de duas importantes nações imperiais e colonizadoras – os Estados Unidos da América (EUA), com Ronald Reagan, e o Reino Unido (UK), com Margaret Thatcher – e pôde promover a liberação geral dos controles e fugas fiscais, recebendo, legalmente, a colossal fortuna dos ilícitos mundiais (drogas, armas, guerras, corrupções etc), uma nova banca se estabeleceu. Muito mais forte e muito mais compacta, conforme seu objetivo de constante concentração de renda. O outro objetivo é transferir todo ganho dos demais agentes econômicos para o sistema financeiro.

Esta banca, como é evidente, não viu com bons olhos o Brasil se libertar da dívida externa, mas não tomou radical ação pois se elevava por outro lado a dívida interna e as taxas de juros, onde um de seus agentes dirigia.

Mas foi enorme provocação a redução das taxas de juros, entre 19/01/2012 e 10/10/2012, e sua manutenção no mesmo patamar até 29/05/2013. Pura agressão, merecedora de um “impeachment”. Cai a Rainha de Copas, não fica nada.

Onde estavam os poderes da república? Ocupados pelos agentes.

Mas isto precisa explicação. E voltamos à banca.

Na atual fase de ocupação do poder, a banca precisa ter a mais otimizada gestão, ou seja, o menor custo e a maior eficiência. Quem pode se lhe opor? Estados Nacionais que sejam ocupados por governantes com alguma tendência nacionalista. Veja que não precisam ser declaradamente hostis. Exemplificando, são os governos como o de Putin, na Rússia, muito diferente do saudoso (sic) Boris Yeltsin, um governo como de Raul Castro, menos mau que de Fidel, mas absolutamente inconveniente, ou de Maduro, ou de Evo Morales, ou de Lenin Moreno, continuando Rafael Correa. Governantes que pretendem usar as leis do país para evitar a concentração de renda, promover o desenvolvimento econômico e, pior do que tudo, transferir para a população nacional recursos de que a banca tanto necessita. Oh Céus! por que estes países não aprendem com a Argentina e a França a elegerem agentes da banca?

Estranhou esta necessidade?

Então vamos entender o que são as crises, que desde 1987 correm o mundo e que explodiram no centro do Império em 2008.

As crises são o modo de fortalecer a banca, ou seja, cobrir o sistemático déficit que sua especulação sem limites (recordem Thatcher/Reagan) provoca com seus papéis sem lastro. Já nem se tem mais uma noção precisa de quantos barris de petróleo em papel superam os efetivamente produzidos e disponíveis no mercado. E idem para o minério de ferro embarcado, para o bushel de soja ou de milho, ou para qualquer commodity. Assim, uma ida ao banco para resgatar um título, uma hipoteca, um simples Certificado de Depósito Bancário pode ser o sino que mata o Mandarim chinês, como na novela de Eça de Queiroz.

A banca está sempre precisando de pré-sal, de florestas amazônicas, de terras férteis, e olha o Brasil aí, minha gente!

Assim se recrutam agentes, por medo, por dinheiro, por vaidade e por ignorância. E dai-nos cada vez mais torpes dirigentes, capazes de todas as ignomínias pelo seu segundo da ribalta ou mais tempo na beira do cofre.

Foi o que nos aconteceu em maio de 2016 e que só piora cada vez mais.

Solução? Povo na rua, esclarecendo o vizinho, o colega, o amigo que quem nos governa é um ente estrangeiro, que tem por objetivo destruir o país, que já o fez na Líbia, no Iraque, no Afeganistão, está fazendo na Síria e, agora, mirou o Brasil. Um país que se deixa levar pela propaganda colonizadora, pelos preconceitos, pela  ignorante classe média e pela cruel elite que já se transferiu para Miami ou Lisboa.

Às ruas. Fora Temer. Diretas já.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado.

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