Artigo

Quem manda na empresa é sua direção

Data da publicação: 25/10/2023
Autor(es): Raul Bergmann

As INSTITUIÇÕES são entes virtuais de aglutinação e integração de meios para alcançar certos fins, sem vontade própria, pois atuam conforme suas DIREÇÕES lhes comandam.

Há algum tempo me dei conta de que é feito um lapso quando se qualifica as ações das instituições ao colocá-las como responsáveis, tanto nos aspectos positivos quando negativos, pelas ações desenvolvidas e não que tudo é consequência do comando de suas direções e de quem as suporta. Isso é mais frequente com as instituições públicas, principalmente quando querem a falácia do estado mínimo.

Assim, quero sugerir uma abordagem, indicando os comandos como os reais responsáveis pelas ações, mesmo que não seja nominalmente, ficando a Instituição como um meio aglutinador e competente para alcançar os fins estabelecidos, como por exemplo:

Não é a PETROBRAS que pratica o PPI e está vendendo patrimônios produtivos a preços aviltados, mas suas direções indicadas pelo acionista majoritário, ou seja, os presidentes FHC, Bolsonaro e Lula;

A Petrobras não teria descoberto o Pré-Sal se não fosse o comando de sua direção e competência do corpo técnico;

Não é o Brasil que está se destruindo como nação, mas é quem está no comando que está fazendo isso, no caso quem comanda o Congresso (que deveria representar os interesses da Sociedade brasileira) e quem comanda o Poder Executivo (que deveria estar reconstruindo e desenvolvendo o País)

Não é o Banco Central que mantém esse juro absurdo que impede o desenvolvimento do País, mas quem está no seu comando, no caso o Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro mas o Lula…;

Já quando é particular, não é a instituição, mas seus comandantes, quando não conseguem se esconder, que são indicados, como por exemplo:

No escândalo das Americanas não é dito que foi ela que está lesando seus fornecedores e acionistas minoritários, e desempregando seus colaboradores, mas a trinca de investidores (?) privados;

No caso da 123 Milhas, não foi a empresa que lesou os clientes, mas sim a direção, com o agravante da sua falta de escrúpulos de participar na recuperação judicial aprovada pela Justiça;

No caso privado elas podem ir à falência, mas tentarão minimizar o prejuízo dos responsáveis, repassando-o para outros. Só que agora até isso estará ficando mais difícil com o Capitalismo se transformando no Financismo, em que as instituições privadas não tem mais proprietários responsáveis, pois estão passando para Fundos de Investimento anônimos.

Ao colocar as Instituições como responsáveis estamos transmitindo a mensagem que querem de que não tem jeito, o Brasil é assim mesmo, toda a instituição pública é corrupta e os funcionários também e vagabundos, todo o imposto é arrecadado para roubar, etc.

No entanto é inimaginável usar os desmandos de instituições privadas de sonegação fiscal, corruptores, desvios para paraísos fiscais, abusos e falsidades de toda ordem, conseguir legalização de desvios, para generalizar seu descrédito na Sociedade, pois de fato a grande maioria também é muito útil e honesta, bem como as Públicas.

Ou seja, ao se explicitar quem foram os responsáveis pelos acertos e erros, estaremos transmitindo a mensagem de que esse estado de coisas poderá ser revertido mudando ou prestigiando as pessoas que comandam essas Instituições.

Fontes:

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aepet.org.br