No desespero de angariar alguns votos, os candidatos apoiados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgaram a informação de que o Presidente do Conselho Fiscal da Petros, Ronaldo Tedesco, candidato ao Conselho Deliberativo da Petros pela chapa 43, havia sido “advertido pela Petros” por ter “divulgado documento confidencial da Fundação”. Segundo eles, seriam as demonstrações contábeis da Petros.
Os conselheiros eleitos divulgaram em seu blog no dia 11/04 o Parecer do Conselho Fiscal da Petros.
O presidente da Petros encaminhou memorando reclamando que a divulgação poderia prejudicar a governança da Fundação.
Na ocasião, informamos que o parecer do Conselho Fiscal da Petros já havia sido emitido e não iria sofrer modificações. Que a Petros não divulgava seus números aos participantes e assistidos desde o ano passado. Que essa falta de transparência para com os donos da Petros tinha sido mantida pelas diretorias anteriores e que não tinha a concordância dos conselheiros eleitos da Petros que mantém independência frente aos governos e partidos políticos.
Os números poderiam e deveriam ser conhecidos por todos nós desde fevereiro pelo menos. A Petrobrás já conhece os números de 2016 da Petros desde janeiro de 2017. Não há motivos para os participantes e assistidos da Petros não conhecerem também.
O Parecer é do Conselho Fiscal. O Conselho Deliberativo deveria utilizar as informações constantes nesse parecer que recomenda a rejeição das contas há 14 anos para tomar sua decisão. Nunca o fez. Sempre aprovou as contas. A maioria das vezes com o apoio do representante da FUP no Conselho Deliberativo. Esse ano novamente. O representante da FUP no Conselho Deliberativo chegou a declarar seu voto contra, mas resolveu aprovar as contas junto com os conselheiros indicados pela Petrobrás em troca do apoio destes à separação de massas do Plano Petros do Sistema Petrobrás. Sim, fez do seu voto um objeto de barganha. Uma vergonha!.
A divulgação do parecer do Conselho Fiscal da Petros, é verdade, não dá conforto para a decisão do Conselho Deliberativo. Mas esse conforto não precisou vir do Conselho Fiscal. A FUP o garantiu independentemente dos números contábeis. É isso que chamam de ética.
Não é a divulgação do parecer do Conselho Fiscal que provoca prejuízos à Petros. O que provocou prejuízos foi a gestão da FUP a frente de nossa Fundação.
Se a Petros espera ter conforto para a aprovação das contas da Fundação precisa resolver as dezenas de ressalvas da auditoria independente externa e os apontamentos do Conselho Fiscal. Em especial em relação às dívidas das patrocinadoras que podem minimizar o impacto do equacionamento do déficit técnico para os participantes e assistidos da Petros. E deve divulgar também os pareceres do Conselho Fiscal. Garantir a transparência e uma gestão a serviço dos participantes e assistidos.
A FUP quando esteve à frente da Petros não cobrou nenhuma dívida da Petrobrás. Geriu a Petros como um quintal da Petrobrás, o que gerou, não pode ser esquecido, mais de 23.000 ações judiciais contra a Petros, só com relação aos níveis de 2004, 2005 e 2006 que foram ilegalmente subtraídos dos assistidos e pensionistas. Escondeu os números dos participantes e assistidos da nossa Fundação. Preferiu as indicações de seus membros como diretores a garantir as eleições de diretores pelos participantes e assistidos da Petros. E levou a Petros a essa situação difícil que estamos presenciando hoje. Como pode querer falar em ética agora?
Ética é o critério da verdade. Não divulgamos nenhum documento que não possa ser divulgado. Não ficaremos inertes ou omissos também. Os pareceres do Conselho Fiscal contam a história da nossa Fundação e não serão omitidos de seus verdadeiros donos.
É significativo que a falta de transparência ou as irregularidades na Petros que estamos denunciando todos esses anos não mereçam a mesma atitude e indignação por parte dos companheiros.
*Ronaldo Tedesco e Silvio Sinedino são conselheiros da Petros eleitos pelos participantes e assistidos
Publicado em 21/06/20217 em Blog de Conselheiros Eleitos da Petros.