Denúncias da AEPET à Diretoria da Petrobrás sobre estado das plataformas são comprovadas
O jornal O Globo de hoje (27/05/2011) em sua seção de Economia, pagina 25, dá a notícia da interdição da plataforma P-65 da Bacia de Campos, por Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho. Em 11/02/2011 a diretoria da AEPET enviou o expediente 002/11 ao diretor da área de Exploração e Produção alertando sobre o assunto, conforme citamos: Algumas unidades de produção da Bacia de Campos foram interditadas em 2010. Porém é fato que existiram falhas graves de segurança que foram constatadas e levaram os órgãos governamentais a atuar e suspender corretamente a atividade de produção, como na P33, por exemplo, com graves prejuízos financeiros e de imagem para a PETROBRÁS. No entendimento da AEPET alguns fatores estruturais levaram as instalações da Companhia a esta situação. Segue abaixo um resumo de algumas prováveis causas, que podem ser facilmente confirmadas a sua ocorrência e, no futuro, tomadas ações que visem a bloquear a repetição destes problemas.
1) Postergação e redução de paradas programadas para manutenção;
2) Burocratização das liberações das “Permissões de Trabalho” – PTs
Embora tenhamos mencionado as plataformas da Bacia de Campos, acreditamos que os problemas aqui apontados também estejam ocorrendo em plataformas de outras áreas da Empresa. Considerando que a Petrobrás ficou ainda mais exposta em face de, como operadora de todo o pré-sal, contrariar os interesses externos, entendemos que os cuidados com a operação e a manutenção devam ser cada vez mais importantes. Por fim, nos colocamos à disposição para esclarecimentos complementares de forma a contribuir para a melhoria das instalações marítimas de produção e para o fortalecimento da segurança operacional das plataformas da Petrobrás.” Em resposta recebemos do gabinete do referido Diretor expediente assinado por Ricardo Latgé M. de Azevedo, Assessor da Diretoria de Exploração e Produção em que se declara: “Ao tempo em que reconhecemos o valor da preocupação desta egrégia entidade com a boa gestão e o sucesso da Petrobrás, vimos esclarecer que:
1) não é correto afirmar que a Petrobrás tenha cometido qualquer falha grave de segurança nas operações de suas plataformas, muito menos que hipotéticas falhas graves tenham sido “constatadas e levaram os órgãos governamentais a atuar e suspender” a operação de qualquer plataforma;
2) os dois episódios que motivaram a paralisação não voluntária de plataformas decorreram de imposições cautelares (P-33 e PCH-2), que não caracterizariam por si só a existência de falhas graves de segurança;
3) mesmo nestes dois casos, estava a Petrobrás respaldada por suas análises e procedimentos internos atestando a segurança operacional das plataformas;
4) as críticas e sugestões da AEPET dirigidas a otimização dos processos de liberação de “Permissões de Trabalho” (PT) são bem vindas e serão objeto de análise pelos gestores da Petrobrás. Entretanto, sabemos ser do vosso conhecimento a significativa redução nos índices de acidentes, notadamente os fatais, após a implementação deste método, o qual privilegia a avaliação dos riscos, a gestão das interfaces e o adequado envolvimento gerencial no planejamento das atividades. Ressaltamos ainda, que no momento, encontra-se em andamento a otimização do processo de permissão, assim como da melhoria do planejamento das atividades a bordo com o suporte das equipes da base;
5) Por fim, reafirmamos nossa absoluta convicção de que a Petrobrás realiza sua tarefa de Exploração e Produção com austera política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, bem como impõe rigor técnico nos aspectos relacionados aos equipamentos e à capacitação de pessoal.”
A AEPET, no intuito de colaborar e defender a Petrobrás, enviou em 03/03/2011, expediente solicitando ao Presidente da Empresa, uma audiência para tratar deste e de outros assuntos relacionados às atividades da companhia.
A AEPET tem pautado sua ação em colaborar na defesa da Petrobrás, do seu corpo técnico e do uso do nosso petróleo para o desenvolvimento do País.
Infelizmente, nem sempre essa colaboração é bem recebida e se o fosse, evitaria situações incômodas com a que ora se apresenta com a interdição da P-65 e do ataque da mídia à companhia.
A Diretoria da AEPET
REFERÊNCIA:
ALMEIDA, Cássia; ORDOÑEZ, Ramona. Mais uma plataforma interditada: Ministério do Trabalho paralisa atividades da mais antiga unidade da Petrobras por submeter funcionários a riscos. O Globo, Rio de Janeiro, ano 86, n. 28.417, 27 maio 2019. Economia, p.25.