Programa nuclear do Irã
Termina na segunda-feira, 24, o prazo auto-estabelecido pelos negociadores do Irã e do chamado “Grupo dos Seis” (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China) para chegarem a acordo sobre o programa nuclear deste país. Na segunda-feira havia um esforço concentrado para chegar-se pelo menos a um acordo provisório que permitisse a prorrogação do prazo para um acordo definitivo num clima positivo.O secretário de Estado John Kerry, dos EUA, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, além de outros ministros de Relações Exteriores dos países envolvidos estavem em Genebra. O ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita (rival do Irã na disputa pela hegemonia do mundo muçulmano no Oriente Médio) deslocou-se até Genebra, onde se reuniu com Kerry dentro de seu próprio avião, retornando depois a Riad. Também o ministro chinês deslocou-se até Genebra para conversar diretamente com Zarif. Na sequência, noticiaremos o que se definiu nesta segunda-feira.
Israel
O gabinete israelense aprovou em votação atribulada o envio de um projeto de lei ao Parlamento (Knesset) que institui Israel como “o estado nação do povo judeu”. A discussão na reunião do gabinete, no domingo, foi acalorada, e a votação foi de 14 x 7. Benyamin Netanyahu garante que isto não afetará os direitos civis dos não-judeus, mas críticos do projeto, inclusive dentro do governo, temem que as minorias (sobretudo muçulmanos e cristãos) sejam prejudicadas, que a língua árabe perca seu status de língua oficial, que a discriminação contra os palestinos aumente, deteriorando mais ainda o clima já muito tenso no país, sobretudo em Jerusalém.
Quênia
O governo de Nairobiu anunciou na segunda-feira que suas Forças Armadas mataram mais de 100 militantes do grupo Al-Shabaab e destruíram vários de seus acampamentos na fronteira com a Somália. Militantes deste grupo sequestraram um ônibus nesta região e mataram 28 dos 60 passageiros porque não conseguiram dizer versos do Corão.
Síria
Grupos rebeldes sírios, inclusive o Exército de Libertação da Síria, considerado laico e favorecido pelas potências ocidentais, continuam sua campanha contra os bombardeios dos Estados Unidos contra as forças do Estado Islâmico em Kobani, na fronteira com a Turquia e em outros pontos do país, alegando que eles têm apenas o efeito de acrescer o apoio ao E. I., tanto por parte de militantes que desertam dos outros grupos quando por parte da população civil. Entretanto a situação das forças do Estado Islâmico sofreram uma série de reveses em Kobani e também no Iraque.
Afeganistão
As autoridades do estado de Paktika, no leste do país, investigam um atentado suicida que matou pelo menos 45 pessoas e feriu outras 60 num campo de vôlei. Durante o jogo o atacante infiltrou-se entre a multidão e detonou as bombas que levava no colete. Não havia detectores de metal na entrada do campo. Oito policiais morreram. Até a segunda-feira pela manhã nenhum grupo havia assumido a responsabilidade pelo ataque.
Tunísia
Realizaram-se sem maiores incidentes as eleições presidenciais no domingo, 23. Procede-se agora a apuração. Há 27 candidatos, mas os dois mais importantes são o atual presidente, Moncef Marzouki, do Congresso da República, cuja votação varia de 13 a 27% conforme diferentes institutos de pesquisa, e Beji Caid Essebni (que já foi primeiro-ministro), do partido Nidea Tunes, cujos votos variam de 10 a 29%. O número de indecisos era muito alto, chegando a mais de 40% em algumas pesquisas. O partido muçulmando Ennaddha não apresentou candidato, O Nidea Tounes foi o partido mais votado na eleição parlamentar de outubro. A eleição deve ir para um segundo turno, no final de dezembro.
Uruguai
No próximo dia 30, domingo, realiza-se o segundo turno da eleição presidencial uruguaia. O ex-presidente Tabaré Vásquez, da Frente Ampla, é o favorito para suceder a seu correligionário José Pepe Mujica. Teve 47,8% dos votos no primeiro turno, e todas as pesquisas apontam-no como o provável vitorioso no segundo, com prognósticos que variam entre 52 e 53%. Seu adversário, Luis Lacalle, do Partido Nacional, teve 30,8% no primeiro turno, e agora está com algo entre 36 e 41% das intenções de voto. Os votos em branco, nulos ou a abstenção variam de 7 a 13%.
Estados Unidos
A cidade de Cleveland, Ohio, esteve duas vezes no noticiário internacional no final de semana. Ricky Jackson, um condenado à morte, foi libertado depois de passar 39 anos na cadeia, no chamado “corredor da morte”. Ele fora condenado por assassinato com base unicamente no testemunho de um então menino de 12 anos, que agora confessou que seu depoimento era falso. Ricky tinha 16 anos quando foi preso e agora tem 57. É o 148º condenado à morte no país a ter reconhecida sua inocência, e é o 5º deste ano. Na outra ocorrência um policial matou, num parque de diversões, um menino de 12 anos que empunhava uma arma de brinquedo. O caso está sendo investigado. No parque o menino brincava – perigosamente, é verdade – ameaçando pessoas com sua arma de plástico. A polícia foi chamada. Chegando ao local, um dos policiais ordenou ao menino que pusesse as mãos para cima. Ao invés disto, o menino sacou da “arma”, que estava em seu coldre. Um dos policiais atirou por duas vezes, matando-o. O caso atesta, no mínimo, o clima de tensão e paranóia que vem cercando o assunto “arma” no país, de norte a sul, e dá indícios também sobre o despreparo de policiais para cuidar de ocorrências deste tipo.