O plenário da Assembleia Legislativa da Bahia ficou lotado nesta segunda-feira (14) para acompanhar a audiência pública que debateu os prejuízos que os trabalhadores e os municípios do nordeste e do norte capixaba terão com a venda dos campos terrestres de produção, anunciada pela Petrobrás, como parte de seu plano de desinvestimentos. Estavam presentes representantes da federações FNP e FUP, petroleiros, o ex-presidente da empresa José Gabrielli e o deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB-BA), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás.
Com o auditório Pedro Calmon lotado de petroleiros, os trabalhadores, mais uma vez, demonstraram que continuaram lutando para impedir o desmonte da empresa e a venda dos campos terrestres do Nordeste e Espirito Santo que, se efetivada, trará prejuízos incalculáveis para estas regiões, para a categoria e toda a sociedade.
O deputado federal Davidson Magalhães, afirmou que os parlamentares que integram a Frente em Defesa da Petrobrás continuarão se mobilizando para demonstrar o papel e a força que a empresa tem. Ele criticou a “incapacidade” da direção da Petrobrás de apresentar um plano estratégico para a companhia. “O que tem lá é um plano financeiro. Eles não apontam nesse momento de crise qual é o papel que a Petrobrás tem na economia e no projeto de desenvolvimento nacional”, declarou. “Querem quebrar a verticalização da Petrobrás, isso é quebrar a companhia, é não permitir a sua rentabilidade”, condenou o deputado.
O coordenador da FNP, Adaedson Costa, ressaltou que a venda dos campos terrestres ou de qualquer outro ativo da Petrobrás é questão de soberania nacional, afirmando que “cada brasileiro, cada trabalhador tem que ter essa consciência política” e que a empresa “não se destina apenas a um grupo de acionistas”, pois foi “forjada na luta e criada com a finalidade social”. Ele fez um chamado à unidade: “Essas divergências políticas que temos, agora temos que esquecer e pensar em como levar o país para o desenvolvimento pleno”, afirmou.
O coordenador do Sindipetro-BA e representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Deyvid Bacelar, destacou que os campos terrestres do Nordeste e do Norte do Espírito Santo produzem em torno de 200 mil barris de petróleo por dia, o que gera aos cofres da Petrobrás mais de R$ 800 milhões mensais. “Qual empresa ou país no mundo iria entregar um ativo destes nas mãos da iniciativa privada?”, questionou.
O ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, destacou que a pressão dos trabalhadores, dos parlamentares e da sociedade será fundamental para mostrar ao governo federal os imensos problemas sociais que a venda dos campos terrestres irá gerar para os municípios e que não resolverá o problema financeiro da estatal.