A indústria do petróleo está prestes a obter um enorme benefício a partir da mudança de governo no Brasil. O Congresso brasileiro acabou de votar a abertura setor de petróleo do país para as empresas internacionais, liberalizando o que é muitas vezes considerada a joia da coroa da base de recursos naturais do Brasil.
Desde que volumes enormes de petróleo foram descobertas ao largo da costa do Brasil, há uma década, as autoridades brasileiras tiveram sonhos de tornar o país um dos cinco maiores produtores mundiais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou-lhe um “presente de Deus”. Em 2010, os vastos campos de petróleo do pré-sal foram colocados mais ou menos sob controle do Estado – isto é, a empresa petrolífera estatal Petrobrás foi legalmente transformada em operadora em todos os projetos do pré-sal, com uma participação mínima de pelo menos 30 por cento.
Mas a Petrobrás e o Congresso do Brasil agora veem uma desvantagem nessa exigência. Petrobrás já não pode reunir o capital necessário para realizar os objetivos elevados de dobrar a produção de petróleo em 2020 para mais de 5 milhões de barris por dia (metas de produção que já foram várias vezes de classe inferior). A Petrobrás acumulou maior dívida do mundo, mais do que qualquer outra companhia de petróleo. As crises gêmeas de baixos preços do petróleo e do escândalo de corrupção generalizada esvaziaram as finanças da empresa, diminuindo substancialmente a possibilidade aumentar vigorasamente a produção de petróleo no pré-sal.
Com estagnação da produção e muitos projetos de perfuração colocadas em espera, os sonhos de aumentar a produção do pré-sal do Brasil foram adiados. Empresas como a Royal Dutch Shell ficam ansiosamente sentado à margem, na esperança de conseguir um pedaço do pré-sal brasileiro, mas tiveram de trabalhar atrás de Petrobrás e os projetos só se movem para a frente no ritmo mais lento da empresa estatal.
Mas os problemas da Petrobráss abriram uma oportunidade para as empresas de petróleo estrangeiras. Sentindo uma vantagem, CEO da Shell Ben van Beurden sugeriu, no início deste ano, que o governo brasileiro deveria privatizar alguns ativos de petróleo e liberalizar o setor para o investimento privado. “Eu não vejo como isso não é benéfico para o Brasil”, disse van Beurden.
Publicado em 09/10/2016 em Oilprice.com.