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Contas da Petros podem ser rejeitadas pelo Conselho Fiscal

Data da publicação: 30/06/2015

Nos últimos 11 anos, o Conselho Fiscal da Petros tem se posicionado pela reprovação das contas da entidade. Ano passado, as contas foram rejeitadas por unanimidade. Esta situação deverá se repetir em relação ao exercício 2014. O déficit técnico do plano atingiu cerca de R$ 6,2 Bilhões (9,44%).

Argumentos para a rejeição das contas da Petros não faltam, segundo o conselheiro eleito pelos participantes, Ronaldo Tedesco: “Deveremos indicar a rejeição por unanimidade por pelo menos três motivos: (1) destinação ilegal dos recursos do fundo administrativo do Plano Petros do Sistema Petrobrás aos demais planos do multipatrocínio; (2) o não encaminhamento de uma auditoria dos Termos Financeiros do Acordo de Obrigação Recíprocas (AOR) e (3) a superavaliação do ativo Litel (VALE). Além dos argumentos que os eleitos mantém”.

O conselho fiscal registrou também as ênfases apontadas pela auditoria independente em investimentos precisam de uma ação imediata da atual diretoria executiva da Petros. Segundo Ronaldo Tedesco, o plano tem sido utilizado para financiar investimentos em infraestrutura da União sem dar um retorno adequado ao plano: “Temos apontado também que a exposição excessiva ao mercado deixa o plano Petros BD vulnerável, num momento em que deveria ser mais estável, pela sua maturidade”.

O conselheiro Epaminondas de Souza Mendes, que é Presidente do Conselho Fiscal da Petros, informou que será mantida pelos conselheiros eleitos a cobrança das dívidas pendentes que vêm sendo feitas desde 2004. Há também premissas atuariais que estão sendo utilizadas para o cálculo das reservas do Plano que os conselheiros eleitos não concordam, pontuou o conselheiro.

O Plano Petros Ultrafértil, que apresentou déficit de 22% deverá ter suas contas rejeitadas também pelo conselho fiscal da entidade. A ASTAUL, que é uma entidade que organiza os participantes deste plano, está discutindo com a diretoria da Petros soluções para o plano. “Exceto o Plano TAPMEPREV, todos os demais planos administrados pela Petros deverão ter suas contas rejeitadas mais uma vez”, informou Epaminondas.

O Presidente argumentou também que a diretoria da Petros poderia realizar a cobrança das dívidas, tornando desnecessário o equacionamento do plano Petros BD: “A teimosia da gestão da Petros em cumprir com suas obrigações nos coloca em situação difícil. Pela lei, se repetindo o déficit pelo terceiro exercício consecutivo ou sendo superior a 10%, precisaremos enfrentar esta questão também”, finalizou.