Em comemoração ao Dia do Engenheiro,o corpo técnico da Petrobrás recebeudo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) o prêmio Personalidade da Tecnologia, na categoria Energia.
A premiação comprova que, apesar das notícias negativas sobre a empresa, veiculadas insistentemente pela mídia hegemônica, seu corpo técnico continua respeitado, não se confundindo com o que dizem as referidas notícias.
Clique aqui para ler matéria sobre o evento, publicada no site do SEESP.
Leia a seguir a íntegra do pronunciamento de Diomedes Cesário da Silva, representante do corpo técnico no evento, que é Conselheiro da AEPET.
“Temos a honra de representar neste evento o corpo técnico da Petrobrás, homenageado pela criação e desenvolvimento de tecnologia no país.
A Engenharia Básica da companhia está completando 40 anos de existência, desde sua criação em 1976 no seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, o CENPES. Gerou um sem número de projetos, patentes e desenvolvimentos na área de refino e produção de petróleo, que contribuíram para o abastecimento do Brasil.
Numa época de desconstrução e crise, tecnologia soa como algo de importância menor para muitos, que pode ser tratada em um segundo momento, como se fosse uma mercadoria qualquer.
Nunca ouvi alguém deixar de ressaltar a importância da tecnologia, porém, muitos poucos, infelizmente, a compreendem e fortalecem quando lhes é dada a oportunidade.
Os países que investem em recursos para desenvolvê-la optam pelo caminho mais difícil e árduo, pois é a única maneira de dominá-la, desenvolver a economia de forma sólida e sustentável e gerar empregos de alto nível.
Alguns a confundem com manuais de projeto e operação; outros, com os equipamentos e instalações, entendendo que basta ter recursos para adquiri-la.
Não foi o que pensaram os idealizadores da Engenharia Básica da Petrobrás ao concebê-la na década de 1970. A idéia era evitar a compra de projetos de unidades industriais e plataformas no exterior um sem número de vezes e continuar sem saber como fazê-los, quando necessário.
Afinal, as especificações dos equipamentos e instalações orientam as compras, podendo gerar um mercado interno para empresas de consultoria, montagem e fabricantes, capacitando pessoal e criando empregos no país e não no exterior.
Este é o ensinamento que os países desenvolvidos nos mostraram ao longo de sua história. Não o que nos recomendam, mas o que fizeram para se industrializarem. Um livro excepcional, “Chutando a escada”, do professor Ha-Joon Chang, da Universidade de Cambridge, relata como a Inglaterra, EUA, Alemanha, Suécia e outras nações romperam a barreira, fazendo o que recomendam que não façamos.
A desconstrução que assistimos nos tempos atuais, em particular na Petrobrás, põe em risco o futuro das próximas gerações, de nossas empresas e universidades e da redução das desigualdades pelas quais lutou nossa geração.
Como não acreditamos que as pessoas aceitem docemente perder o que já conquistaram, temos que continuar fazendo o contraponto ao pensamento dominante do “é assim mesmo, não tem outro jeito” e “o que se há de fazer?”
Afinal, não foi o que fizemos a nossa vida toda?”