Grécia
Na quinta-feira, 09, o governo grego deve pagar 450 milhões de euros de um empréstimo com o FMI que vence nesta data. Há muita especulação e boataria no ar, sobre se o governo de Atenas paga ou não paga. No domingo, em conversa informal com a diretora-presidenta do FMI, Christiane Lagarde, em Washington, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, garantiu que o pagamento será feito. A revelação foi da própria diretora-presidenta. Varoufakis também deu garantias de que a Grécia honrará seus outros compromissos com credores. Ao mesmo tempo, outros membros do governo enfatizaram que a Grécia vai pagar também salários e pensões, sem sacrificá-los para pagar a dívida externa. A discussão frequentemente em tom azedo entre o governo de Atenas e outros membros da Zona do Euro e da União Europeia sobre a questão da dívida grega tem esta como a ponta do iceberg.
O bojo do bloco de gelo é na verdade o que a Grécia vai fazer com salários, pensões e privatizações. A pressão é para que o governo corte aí mesmo, para não dar o mau exemplo para os demais países, ainda mais num momento em que o novo partido de esquerda, Podemos, anti-austeridade, como a Syriza, cresce nas intenções de voto, podendo arrebatar o governo no fim do ano. A Grécia representa apenas 2% da economia do euro, e já causou esse barulho todo. Imagine se a Espanha entrar na banda.
Irã e potências
Dias depois dos negociadores iranianos, norte-americanos, russos, chineses, ingleses, franceses e alemães terem anunciado em Lausanne, na Suíça, um acordo sobre o programa nuclear do governo de Teerã, os críticos da iniciativa estão com os dentes mais à mostra do que nunca. Republicanos querem boicotar o acordo no Congresso norte-americano; Benyamin Netanyahu denuncia veementemente que o acordo é “um mau negócio”, e propõe no lugar um outro, que significaria simplesmente a rendição do Irã, senão sua ocupação pelo Ocidente.
O presidente Obama defende o acordo, dizendo que ele é um “marco histórico”, e que é a melhor, ou a única maneira de impedir que o Irã desenvolva armas nucleares. As discussões em Lausanne duraram 18 meses e estiveram por diversas vezes à beira do fracasso. Analistas já falam numa “doutrina Obama” para as relações internacionais, mencionando, além do acordo com o Irã, a distensão nas relações com Cuba.
Quênia
O ataque promovido pelo grupo Al-Shabaab, da Somália, contra a Universidade de Garissa deixou um saldo de 148 estudantes mortos, a grande maioria com idade entre 19 e 23 anos, além dos quatro atacantes e seis agentes de segurança das forças quenianas. Durante as comemorações da Páscoa houve intensa mobilização antiterrorista, com participação também de várias entidades e fiéis da religião muçulmana, inclusive nos bairros da capital, Nairobi, onde a população somali é muito grande. O presidente Uhuru Kenyatta prometeu melhorar as medidas de segurança no país.
Germanwings
A Luftfahrtbundesamt, agência do governo alemão que credencia anualmente os pilotos da aviação civil no país, anunciou não ter recebido qualquer comunicado prévio da Lufthansa ou de sua subsidiária Germanwings sobre os problemas e tratamentos psiquiátricos do copiloto do avião que caiu (ou foi derrubado propositadamente por ele, ao que tudo indica) nos Alpes franceses alguns dias atrás. Nas duas companhias, bem como nas demais, o clima de tensão é muito alto. Na semana passada o furacão Niklaas provocou várias mudanças de itinerário e pouso na aviação alemã, inclusive na capital, Berlim. Os relatos sobre o clima dentro das aeronaves falava de situações que beiravam o pânico e a histeria. Ainda não há informes – pelo menos precisos – sobre a adoção no país da regra de sempre haver pelo menos dois tripulantes na cabine de comando dos aparelhos, medida já adotada em vários países, inclusive no Brasil.
Controvérsias nas comemorações do fim da Segunda Guerra Mundial
Ao longo do mês de abril haverá uma série de eventos oficiais ou particulares, incluindo debates e mostras de filmes, lembrando o septuagésimo aniversário das batalhas finais e do término da Segunda Guerra Mundial na Europa (no Pacífico, com o Japão, a guerra só terminaria em agosto, depois das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki). Em 09 de abril de 1945 as tropas soviéticas chegaram à margem leste do rio Oder, hoje fronteira entre a Alemanha e a Polônia. Entre 16 e 19 de abril mais de um milhão de soldados do Exército Vermelho lançaram uma ofensiva contra posições alemãs nas colinas de Seelow, já em território germânico, defendidas por 110 mil homens. Foi a última batalha antes da chamada “Batalha de Berlim”. No dia 20 de abril a artilharia soviética começou a bombardear o centro da capital alemã, cuja guarnição se rendeu a 02 de maio, depois de 80 mil mortos do lado soviético, 100 mil do lado alemão (22 mil dentro da cidade), além de 22 mil civis. No dia 30 de abril Adolf Hitler se suicidou em seu Bunker, com sua esposa Eva Braun. Outros líderes nazistas se suicidariam no mesmo dia ou nas semanas subsequentes. No dia 8 de maio, perto da meia-noite (hora de Berlim), o comandante do Exército Alemão assinou a rendição definitiva perante o comandante soviético, o general Zhukov.
As atuais comemorações vão se dar sob o signo da controvérsia. Governantes da União Europeia vão boicotar as comemorações russas, alegando protestos pelo que acusam ser a intervenção de Moscou na Ucrânia. O caso provocou um incidente diplomático em Praga, na República Tcheca. O presidente tcheco, Milos Zeman, anunciou que irá a Moscou para participar de uma das comemorações russas, e foi criticado publicamente, na televisão, pelo embaixador norte-americano, Andrew Schapiro. Zeman “fechou as portas do palácio presidencial” tcheco ao embaixador, dizendo que nenhum diplomata estrangeiro iria dizer para onde ele deveria viajar ou não.
Em Berlim deverá haver uma grande comemoração, como é tradicional, no cemitério soviético de Treptow, onde estão enterrados em cova coletiva quase 30 mil soldados que participaram da tomada da capital. Outros quase três mil estão enterrados em memorial perto do Reichstag, e são aqueles que participaram da tomada deste prédio que é considerada como o marco final da luta aberta pela capital. Estas comemorações se realizam no dia 09 de maio, porque quando a rendição foi assinada já passava da meia-noite em território russo.