Hong Kong
Depois de um fim de semana agitado, com milhares de manifestantes ocupando áreas administrativas e o centro da cidade, os protestos continuaram em Hong Kong na abertura desta semana. A cidade está virtualmente paralisada. O governo retirou a polícia das ruas e garantiu que não haverá intervenção do Exército Chinês. O Sindicato dos Porfessores anunciou greve para a segunda-feira, em apoio aos estudantes, que são maioria nas manifestações. O objetivo dos protestos é mudar as regras previstas para a eleição de novos governantes em 2017. Alegam que embora a eleição seja direta a atual Comissão Eleitoral, pró-Pequim, tem direito de veto a candidatos que não seja do seu agrado. Em alguns pontos da cidade houve confrontos entre manifestates contra e pró-Pequim.
Isis, Al-Qaïda, Síria e Iraque
O Isis e grupo ligado à Al-Qaïda (Jabhat al-Nusra) anunciam reconciliação, enquanto bombardeios aéreos continuam na Síria e no Iraque. Sem dar detalhes, os dois grupos prevêem reuniões esta semana para concertar ações militares e políticas. O presidente Obama deu declaração dizendo que o serviço norte-americano de inteligência subestimou o perigo potencial do ISIS. A Grã-Bretanha anunciou que poderá participar de bombardeios no Iraque, mas não na Síria. Há cada vez mais sinais de cooperação entre os EUA e o Irã no combate ao grupo ISIS, e há informes de que Washington teria dado garantias a Teerã de que não iria bombardear posições do Exército Sírio.
Japão
A erupção-surpresa do vulcão Ontake no Japão deixou pelo menos 36 mortos, segundo estimativa das autoridades. As operações de busca e salvamento foram suspensas nesta segunda-feira devido a emanações de gases tóxicos pela cratera do vulcão, que continua fumegando.
França
A Frente Nacional de Marine Le Pen conquistou assentos no Senado francês pela primeira vez na história. São duas cadeiras, das cidades de Marselha e Fréjus. A eleição foi indireta, por um Conselho de 87000 eleitores especiais. A esquerda perdeu a maioria na casa, com os socialistas perdendo 7 cadeiras. A situação do governo de François Hollande continua dramática, pressionado por uma popularidade baixíssima (13% nas pesquisas), dissidências no seu próprio partido, e pressões europeias para “acelerar as reformas estruturais” do Consenso de Bruxelas, Berlim, FMI e Frankfurt. O ex-presidente Nicolas Sarkozy vem insistindo na ideia de que ele é a solução para conter Marine Le Pen e sua extrema-direita na eleição presidencial de 2017.
Afeganistão
O candidato Ashraf Ghani assumiu a presidência no Afeganistão, em substituição a Hamid Karzai, pondo fim a um impasse de três meses. Seu rival Abdullah Abdullah foi indicado ministro-chefe, um cargo recém-criado para por fim ao impasse. Abdullah Abdullah acusava Ghani de ter fraudado a eleição. Aguarda-se para esta semana a assinatura de um acordo de cooperação militar entre Kabul e Washington, garantindo a permenência de um pequeno grupo de assessores internacionais no país depois da retirada das tropas regulares.
Eleição Brasileira
Com a volta da liderança da presidenta Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto, a grande maioria da mídia internacional tradicional, que torce contra ela, deu uma esfriada na cobertura. Mas na segunda feira o minicandidato Levy Felix conseguiu suas 15 linhas de fama e glória. Suas declarações homofóbicas repercutiram na mídia internacional, com direito a foto e tudo. A expectativa sobre a eleição é grande no cenário internacional.
Vaticano
Na preparação para o sínodo sobre família que começa no dia 5 de outubro e vai até o dia 19, o Papa Francisco I acena com mudanças na tradição católica quanto ao divórcio. Pelas regras da Igreja Católica, pessoas que se divorciaram e casaram novamente não podem tomar a comunhão, por exemplo. Esta poderia ser uma das mudanças projetadas. Entretanto os conservadores não pretendem cair sem luta. Prometem resistência. Uma solução alternativa de compromisso que não está fora de cogitação seria liberalizar as regras que permitem a anulação de um casamento.
Ebola
Cuba anuncia que vai mandar mais 300 médicos para ajudar a luta contra o vírus na África, perfazendo um total de 461. Os médicos irão para a Libéria, Guiné e Serra Leoa, que são os países mais atingidos.
Alemanha, antissemitismo e palestinos
As manifestações de apoio à causa palestina têm se tornado mais frequentes na Alemanha, sobretudo em cidades como Berlim e Hamburgo, além de outras. Não raro aparecem cartazes e frases que vão além do apoio aos palestinos e de críticas ao governo de Israel, descambando para insultos de natureza claramente antissemita, como “Judeu porco” (“porco” na Alemanha é uma ofensa muito grave) ou “Judeu nazista” (na Alemanha é crime chamar alguém de “nazista” sem ter provas, assim como é crime fazer propaganda nazista). Até o momento a polícia não tinha agido contra tais cartazes ou ofensas, mas a partir de agora anunciou que vai fazê-lo, procurando não interferir no restante da manifestação.
Manifestação antissemitas aumentaram também na França, Reino Unido e Itália, com profanação de túmulos e ataques a estabelcimentos comerciais de judeus e sinagogas.
Velho hábito
Na segunda-feira a polícia anunciou ter prendido um homem que tentava jogar um coquetel Molotov para incendiar o Reichstag. Não houve informes sobre a identidade ou a tendência política do detido.
FONTE: Carta Maior