Notícia

Destaques internacionais da semana – 26/10/2015

Data da publicação: 26/10/2015
Autor(es): Flávio Aguiar

Uma vaga conservadora vem dominando as recentes eleições pelo mundo afora.

Argentina

Esperava-se uma possível vitória do candidato situacionista Daniel Scioli na corrida presidencial ainda no primeiro turno, realizado no domingo, 25/10. Para tanto ele teria de superar os 40% dos votos e ter uma diferença de pelo menos 10% em relação ao segundo colocado. Nada disto aconteceu. Scioli teve 36,6% dos votos e seu adversário, o “amigo dos mercados” Mauricio Macri, obteve 34,5%, despontando agora como o favorito no segundo turno, a ser realizado em 22 de novembro. O dissidente peronista Sergio Massa ficou com 21,1%. Seus eleitores decidirão o pleito, e é provável que a maioria destes opte por Macri. Para completar o quadro desfavorável à situação, o candidato de Scioli e de Cristina Kirchner, na província de Buenos Aires (de que Scioli era o governador), Anibal Fernandez, perdeu para a “macrista” Maria Eugenia Vidal. O resultado não é surpreendente, dada a divisão da legenda situacionista. Scioli não era o candidato favorito de Cristina Kirchner, sendo historicamente mais próximo do direitista Carlos Menem, e tanto Macri quanto Massa são dissidentes egressos da situação. Em compensação, a Frente pela Vitória, de Scioli, deverá manter a maioria no Senado, embora deva perdê-la na Câmara.

Guatemala

Venceu o candidato conservador, ex-ator de TV, Jimmy Morales, que derrotou a ex-primeira dama Sandra Torres. Morales, que obteve 69% dos votos (neste segundo turno), fez uma campanha baseada numa bandeira anti-corrupção, depois que o presidente Otto Perez Molina teve de abandonar o cargo, junto com seu vice, semanas atrás, acusado de estar envolvido com uma quadrilha de sonegação de direitos alfandegários.

Polônia

Nas eleições parlamentares polonesas venceu o partido de extrema-direita “Lei e Justiça”, que obteve 39,1% dos votos. Pela legislação polonesa o partido vai ficar com 242 cadeiras em 460, tendo maioria absoluta e podendo governar sozinho. O hoje situacionista Plataforma Cívica ficou em segundo, com 23,4%. Beata Szydlo deverá ser indicada primeira-ministra do pais. A campanha do “Lei e Justiça” foi fortemente marcada por um catolicismo conservador e pela bandeira anti-imigrantes e refugiados, embora a Polônia não esteja sendo procurada por estes. Ao mesmo tempo, ela prometeu melhores salários, baixar a idade mínima para aposentadoria e taxar mais os lucros de empresa e bancos estrangeiros no pais, o que equivale a um programa anti-austeridade. A Polônia hoje é descrita como um país “exemplar”, porque “abriu” sua economia e reformou-a de acordo com os preceitos neo-liberais. Como fruto disto, seu sistema público de saúde é considerado inoperante e 2 milhões de trabalhadores poloneses emigraram. No Parlamento, pela primeira vez não haverá um único representante de esquerda.

Colômbia

Houve eleições locais e provinciais na Colômbia. As eleições se decidem por maioria simples. Em Bogotá venceu o candidato Enrique Peñalosa, que já fora prefeito da capital, com 33,1% dos votos. Segundo analistas, a eleição marcou uma perda de influência do ex-presidenrte Álvaro Uribe, contrário ao processo de paz com as FARC.

Outras eleições

Houve eleições nacionais na Tanzânia e locais na Ucrânia. Ainda não há resultados disponíveis nesta segunda-feira, 26/10.

EUA, Rússia e Síria

Depois de conversações otimistas entre o secretário de Estado John Kerry e o ministro de Relações Exteriores Sergei Lavrov, Estados Unidos e Rússia vão tentar elaborar um plano conjunto para derrotar o Estado Islâmico na Síria. Ao mesmo tempo, querem concertar suas ações para evitar choques acidentais entre suas forcas envolvidas em operações naquele país. Também devem desenvolver conversações sobre o futuro do pais e o destino de Bashar al-Assad.

Israel

Uma pequena esperança se acendeu na terra politicamente devastada em que Israel se transformou com a manifestação pela paz realizada no sábado, chamada pelo Partido Comunista Israelense. Duas mil pessoas participaram da manifestação.

Refugiados

A reunião de cúpula de Bruxelas definiu um programa para o estabelecimento de acampamentos para refugiados na chamada “Rota dos Bálcãs”, com capacidade para 100 mil pessoas. 50 mil destes lugares ficarão na Grécia, e o restante em países como a Eslovenia, Sérvia e demais que vêm até a fronteira alemã. As polêmicas em torno do tema continuam. Na Alemanha teme-se até um racha na CDU da chanceler Angela Merkel por conta das divisões intra-partidárias.

Turquia

No domingo, 01 de novembro, realizam-se eleições nacionais parlamentares no país. Na última eleição, em junho, o partido do presidente Tayyip Erdogan perdeu a maioria no Parlamento e mais conseguiu formar uma coalizão. Na nova eleição, ele, que tem 258 cadeiras de 550, precisaria de mais 18. Outros partidos envolvidos são o Social-Democrata CHP, que hoje tem 131 cadeiras, o ultra-direitista MHP, com 80 cadeiras e o Partido Curdo, HDP, que também tem 80 cadeiras.

FONTE: Carta Maior