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Empresa de Pesquisa Energética divulga o Plano Decenal de Expansão de Energia

Data da publicação: 12/09/2014

Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, em 10 anos, o Brasil passará a ser um dos grandes produtores eexportadores mundiais de petróleo, com produção de 5 milhões de barris por dia (bpd) eexportações de 1,5 milhão de bpd.

Outro ponto destacado pelo presidente da EPE é o da elevada participação das fontes renováveis na matriz energética que deverá se manter em torno de 42%, patamar bem superior à média mundial de 13% ou dos países da OECD de 9%.

Segundo Tolmasquim, “o Brasil será o único grande exportador de petróleo com uma matriz energética limpa”.

As projeções constam do novo ciclo do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), com horizonte de 2023. O estudo, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ficará em Consulta Pública no Ministério de Minas e Energia (MME) até o próximo dia 05 de outubro.

O PDE 2023 estima que a produção de petróleo evolua para cerca de 5 milhões de bpd até 2023, dos quais 2/3 correspondem à participação do Pré-Sal na produção nacional.

Com a demanda projetada para o final do período de aproximadamente 3,5 milhões de bpd, estima-se um excedente de 1,5 milhão de bpd que deverá ser direcionada à exportação.

A crescente demanda de combustível pelos veículos ciclo Otto (4,1% a.a.) levará ainda a um expressivo crescimento da oferta de etanol hidratado carburante à taxa média de7,6% ao ano. Assim, a produção doméstica de etanol deverá crescer dos atuais 28 bilhões de litros para 48 bilhões de litros em 2023.

Em relação ao gás natural, projeta-se para o período decenal um incremento na produção líquida potencial para 134 milhões de m3/dia em 2023, valor 150% maior do que a produção líquida realizada em 2013. Com isso, haverá forte ampliação da participação do gás nacional na oferta total de gás natural.

Com expansão da energia eólica, solar e hidráulica, participação das fontes renováveis na geração elétrica crescerá nos próximos 10 anos.

Parte importante do resultado de uma matriz energética nacional limpa deve-se àelevada participação das fontes renováveis na capacidade instalada de geração elétrica no SIN, que deverá se manter em torno de 84% em 2023.

Destaca-se, no horizonte decenal, o expressivo crescimento da participação do parque eólico que deverá responder por 11,5% da capacidade instalada em 2023, refletindo acompetitividade desta fonte no horizonte decenal. Dessa maneira, estima-se umacapacidade instalada de usinas eólicas de 22,4 mil MW em 2023.

Apesar da perda de participação relativa das hidrelétricas de 67% em 2014 para 60%em 2023, projeta-se, ainda assim, uma expansão significativa de mais de 28 mil MW decapacidade de geração no horizonte decenal. A maior expansão hidrelétrica ocorrerá na Região Norte, devido à entrada em operação de grandes empreendimentos, com destaque para a usina hidrelétrica de Belo Monte.

O PDE 2023 prevê que a energia solar alcance 3.500 MW ao fim do horizonte decenal, quando deverá atingir participação de cerca de 2% na capacidade instalada total. Já em 2014, haverá contratação, por meio de leilão de energia de reserva, de usinas solares fotovoltaicas centralizadas.

Há também a indicação de 7.500 MW de expansão do parque gerador termelétrico no último quinquênio do horizonte de modo a atender de forma adequada ao crescimento da carga de energia. Não obstante, a participação de fontes não-renováveis na matriz elétrica deverá cair de 17% em 2014 para 16% em 2023.

O volume de investimentos associados à expansão projetada no PDE 2023 monta a R$1,26 trilhão ao longo dos próximos 10 anos. Os investimentos associados à exploração e produção de petróleo e gás natural representarão aproximadamente 62% dos investimentos esperados, cabendo ao setor elétrico aproximadamente 24%, enquanto asoma dos investimentos totais nas áreas de derivados de petróleo e de biocombustíveis deverá representar 14% do volume total esperado no horizonte decenal.

Por fim, a forte componente renovável da matriz energética permite ao país, no queconcerne o setor energético, atingir o patamar de 601 MtCO2 em 2020, inferior, portanto, ao patamar de 680 MtCO2 de emissões absolutas do setor como um todo em 2020.