A Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada para debater o Projeto de Lei 4567/16 realizou a sua 11º audiência, ouvindo desta vez o diretor de Relações Institucionais da COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luis Pinguelli e Igor Fuser, professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC). Na ocasião, os convidados se posicionaram contra a aprovação do PL 4567/16, que tira a exclusividade da Petrobrás de operar o Pré-Sal no Brasil.
Durante a sua fala para os presentes na audiência, Pinguelli afirmou que no Brasil o petróleo é a mais importante matriz energética e destacou os pontos positivos para a Petrobrás ser operadora única do Pré-Sal: mudança para o regime de partilha e aumento da participação da indústria nacional no petróleo; interrupção da privatização do setor elétrico e volta do planejamento (EPE).
“O Pré-Sal mudou o status do Brasil em relação ao Petróleo, pois é uma das principais fontes de energia em todo o mundo. Se considerarmos o período de 2010 a 2014, a produção diária do Pré-Sal em uma média anual aumentou cerca de 12 vezes. Isso demonstra a eficiência da Petrobrás na produção, especialmente porque os poços se situam em águas profundas e ultraprofundas”, ressalvou Luis Pinguelli.
Ao defender o direito da Petrobrás em ser operadora única do Pré-Sal, o professor Igor Fuser disse que a Petrobrás é uma empresa que sempre se orgulhou o Brasil e é símbolo nacional, “A Petrobrás ganhou prêmios internacionais por seu desenvolvimento tecnológico. É a única empresa petrolífera da América Latina que aumenta a sua produção. Capital privado não é sinônimo de investimento e desenvolvimento. O Congresso Nacional vai decidir qual o lado Brasil deverá ficar. Se dos países subdesenvolvidos ou desenvolvidos, pois nenhuma nação desenvolvida tem o controle da produção do seu petróleo nas mãos de empresas estrangeiras. Nos EUA o Congresso vetou a entrada de uma empresa estrangeira no país para explorar o petróleo. Lá eles são nacionalistas e aqui vem pregar o liberalismo”, destacou Fuser.
O caso que o Igor Fuser referiu-se foi quando o Congresso americano proibiu a compra da Unocal pelos chineses. A empresa americana seria comprada por investidores da China com a finalidade de extrair petróleo no Estados Unidos, ação esta que foi terminantemente impedida pelos membros do Congresso dos EUA.
A audiência desta terça-feira (31) contou ainda com representantes da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) e da Federação Nacional do Petroleiros (FNP).