A Petrobrás informou no dia 1 de julho que assinou “com a PetroRio S.A. (PetroRio), os contratos para a venda de sua participação de 20% nas concessões dos campos de Bijupirá e Salema, atualmente operados pela Shell. O valor da transação é de US$ 25 milhões, sujeito a ajustes comuns nesse tipo de operação.”
Vale lembrar que a Petrobrás descobriu a reserva e a fez operar, na segunda metade da década de 1990, tendo repassado sua operação para a Shell, após a lei que determinou o fim do monopólio do petróleo.
A conclusão da transação está sujeita à aprovação da cessão de direitos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Numa avaliação rápida, a venda se mostra um péssimo negócio para a Petrobrás. Senão, vejamos:
Participação da Petrobrás = 20% x 22000 barris/dia = 4400 barris/dia.
Custo de extração = US$ 20/barril (usando o valor médio anunciado pela Petrobrás para o primeiro trimestre de 2015).
Outros custos de produção, depreciação de investimentos, overhead, P&D, custos financeiros, etc. (estimados) = US$ 20/barril.
Lucro por barril = 54 (preço médio de venda) – 40 (custo total do petróleo extraído) = US$ 14/barril.
Lucro por dia = 4400 barris/dia x US$ 14/barril = US$ 61600/dia.
Tempo para recuperar o investimento = US$ 25 milhões/61600 = 405 dias (1 ano e um mês).
Conclusão:
1) Poucos projetos tem um retorno do investimento tão curto;
2) Mesmo com uma necessidade urgente de reduzir dívidas, é difícil justificar a venda;
3) O baixo valor de venda é equivalente ao de uma simples intervenção para recuperar um poço;
3) Se a empresa fosse sua, você venderia?