O valor da Petrobrás não se mede pelo preço conjuntural das suas ações na bolsa de valores.
Em entrevista à Bloomberg, nesta quarta-feira (28), o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, recomendou cautela aos acionistas da empresa com relação à distribuição de dividendos. Disse ele: “eu seria mais conservador do que agressivo. Estamos no meio dessa grande decisão de nos tornarmos uma empresa de petróleo em transição”.
Prates defende cautela em dividendos para transição da Petrobras: “acionistas entenderão”
Logo após a entrevista, as ações da Petrobrás na Bolsa de São Paulo caíram 4% e os jornais alardearam que a empresa havia perdido R$ 34 bilhões em valor de mercado. Uma mentira! Para que isto se realizasse seria necessário que todos aqueles que detêm ações da Petrobrás as vendessem de uma só vez e outros as comprassem todas. O valor de mercado nada mais é do que a percepção dos especuladores sobre um determinado momento. As ações da Petrobrás, hoje, estão cotadas acima de R$ 40. No auge da Lava Jato, chegaram a ser negociadas por menos de R$ 4. O valor da Petrobrás não se mede pelo preço conjuntural das suas ações na bolsa de valores.
Em contradição com as declarações de Prates à Bloomberg, a direção da Petrobrás comunicou que não houve mudança na sua política de distribuição de dividendos.
https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/25fdf098-34f5-4608-b7fa-17d60b2de47d/c23ccace-bfb8-fea9-d420-bc563f7e99d1?origin=1
A AEPET defende outros valores para a Petrobrás: papel preponderante na conquista da Soberania Nacional, autossuficiência e aumento significativo no consumo per capita de energia para garantir um desenvolvimento socioeconômico que chegue à maioria dos brasileiros, através da justa distribuição da renda petrolífera.
A entrevista de Prates, que causou comoção entre aqueles que especulam com as ações da Petrobrás, pela possível queda nos dividendos, incomoda a AEPET por outras declarações do dirigente. Ao mesmo tempo em que afirma que “a empresa precisa investir muito em exploração no país e no exterior para continuar bombeando petróleo por décadas”, faz uma previsão, no mínimo irrealista, de que a Petrobrás terá metade de suas receitas vindas de fontes eólicas, solares de combustíveis renováveis.
Há tempos a AEPET vem alertando sobre o risco da redução de investimentos da Petrobrás para atender à máxima e insustentável distribuição de dividendos. Grandes petrolíferas estatais e privadas investem cada vez mais na exploração, produção e agregação de valor ao petróleo, no refino, petroquímica, distribuição e comercialização de derivados. A anunciada decisão de processar óleo de soja nas refinarias é péssima e as louvadas energias solar e eólica não são renováveis, nem confiáveis.
Processar óleo de soja nas refinarias da Petrobrás é uma péssima decisão disfarçada de verde
Eólica e solar fotovoltaica não são renováveis, nem confiáveis
A gestão Lula-Prates na Petrobrás segue com políticas antinacionais como a de Preços Paritários de Importação (PPI), de baixos investimentos e elevadas distribuições de dividendos.