Um auditório lotado foi palco da Audiência Pública que discutiu a terceirização na Petrobrás, especialmente no Cenpes, nesta terça-feira (9). Convocada pela Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a pedido do Sindipetro-Rj, a audiência contou com a presença de integrantes do Ministério Público do Trabalho, deputados e sindicalistas.
O presidente da AEPET e representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Silvio Sinedino, foi o primeiro a falar e lembrou que o número de empregados terceirizados na companhia já ultrapassa os 360 mil, enquanto que apenas 80 mil são funcionários concursados.
Isto, na opinião de Sinedino, representa um ataque frontal aos direitos dos trabalhadores. “Nas plataformas, por exemplo, enquanto o funcionário da Petrobrás cumpre uma jornada de 14 dias de trabalho e outros 21 dias de descanso, os terceirizados são obrigados a fazer os mesmos 14 dias, mas com apenas 14 dias de descanso. Não surpreende que 90% dos acidentes de trabalho envolvam terceirizados”, concluiu Sinedino.
Para o diretor da AEPET Paulo Brandão a terceirização, além de riscos à segurança da empresa, inclusive de dados confidenciais, expõe o trabalhador terceirizado a uma situação trabalhista de segunda classe, interferindo especialmente no seu direito à aposentadoria.
Já o diretor do Sindipetro-RJ Edison Munhoz afirmou que a terceirização é “a mãe e o pai do desvio e da corrupção”. E também deixa aberta a porta para o nepotismo e o apadrinhamento, afirmou Munhoz.