A notícia da nomeação de Pedro Parente para a presidência da Petrobrás, em substituição a Aldemir Bendine, não foi bem recebida pelos petroleiros. A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que reúne cinco sindicatos, criticou o “aprofundamento da privatização” da empresa.
A federação ainda destacou, em nota, que Pedro Parente é alvo de duas ações de reparação de danos por improbidade administrativa na sua gestão como ministro da Casa Civil do governo FHC. “As ações, apresentadas pelo Ministério Público Federal, questionam assistência financeira no valor de R$ 2,97 bilhões do Banco Central aos bancos Econômico e Bamerindus, em 1994, dentro do Proer – programa que socorreu bancos privados com recursos públicos”, informa o comunicado.
Já a Federação única dos Petroleiros (FUP), através de nota de sua diretoria executiva, afirmou ser “inadmissível termos no comando da empresa um ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso que chancelou processos de privatização e tem em seu currículo acusações de irregularidades e improbidade na administração pública”.
“Um dos maiores escândalos protagonizados por Pedro Parente no governo tucano foram os contratos para compra de energia emergencial e as “compensações” feitas às concessionárias privadas e aos investidores atraídos pelo Programa Prioritário de Termeletricidade, que impôs prejuízos bilionários à Petrobrás”, lembra a FUP.
“A chamada “contribuição de contingência” gerou prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à Petrobrás, que se viu obrigada a assumir integralmente as termoelétricas para evitar perdas maiores. O valor das usinas, avaliadas em US$ 800 milhões, equivalia a um terço dos US$ 2,1 bilhões que a estatal teria que desembolsar para honrar as compensações garantidas aos investidores até o final dos contratos, em 2008. Tudo autorizado por Pedro Parente”.
Já o Sindopetro do Litoral Paulista lembra a grande afinidade de Parente comHenri Reichstul, “o pai da famigerada tentativa de alteração do nome da Petrobrás para Petrobrax”. O Sindipetro LP lembra que foi durante a gestão de Reichstul que a empresa viveu dois dos seus episódios mais trágicos da história: o acidente da P-36 na Bacia de Campos, que resultou na morte de 11 trabalhadores, em março de 2001, e o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na Baía de Guanabara, em 2000.