Nesta segunda-feira, 20 de julho, foram reabertas as embaixadas dos Estados Unidos e de Cuba em Havana e Washington, respectivamente. Ambas foram fechadas depois do rompimento entre os dois países, em 03 de janeiro de 1961, quase quatro meses antes da tentativa de derrubar o regime cubano no episódio conhecido como “A invasão da Baía dos Porcos” (Playa Girón). A decisão de reatar relações foi anunciada simultaneamente pelos dois governos em 17 de dezembro do ano passado, depois de negociações secretas mediadas pelo Vaticano, também com ajuda do Brasil, como reconheceu o pres. Obama quando da visita da pres. Dilma. Em Havana não haverá cerimônia especial, nem a bandeira norte-americana será hasteada no prédio, aguardando-se a visita oficial do secretário de Estado John Kerry para tanto. Também não será nomeado um embaixador norte-americano, porque seu nome teria de ser aprovado pelo Congresso em Washington, dominado pelos republicanos que, na maioria, se opõem ao reatamento. O pré-candidato e senador republicano pelo estado da Flórida, Marco Rubio, já declarou que, se eleito, romperá novamente as relações com Cuba, uma “ditadura comunista”. Entretanto muitos comentaristas chamam a atenção para o fato de que os republicanos não demonstram qualquer problema quanto a seu pais manter relações diplomáticas com a Arábia Saudita, nem com o fato dos Estados Unidos terem apoiado ditaduras sanguinárias na America Latina, só que aliadas de Washington. Na capital norte-americana o embaixador Bruno Rodriguez hasteará a bandeira cubana no prédio que desde 1961 permaneceu fechado. A seguir irá ao Departamento de Estado para entrevistar-se com o secretário Kerry. Haverá itens complicados a resolver, como o contencioso existente por ações e reivindicações pedindo reparações por prejuízos provocados por confisco de bens e outras decisões de ambos os lados. Nos Estados Unidos há ações de particulares (230 milhões de dólares) e de empresas, como a Coca-Cola, a ITT e a Colgate-Palmolive (quase oito milhões), pedindo ressarcimento. Do lado cubano a estimativa é de que os Estados Unidos tenham provocado danos no valor de 157 bilhões ao longo deste tempo.
Grécia, Alemanha (1) e Europa.
Os bancos reabriram na segunda-feira, na Grécia. Os saques continuam limitados a 420 euros por conta por semana. O primeiro-ministro Alexis Tsipras reformou seu ministério, afastando os dissidentes. Mas há mortos e feridos, além de cicatrizes por todos os lados, inclusive na Alemanha. A CDU da chanceler Angela Merkel está rachada, entre os favoráveis ao novo pacote de empréstimos e os contrários. As relações entre a chanceler e o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, estão estremecidas, segundo várias mídias alemãs. Schäuble deu uma entrevista à revista Der Spiegel ameaçando renunciar. Muitos analistas apontam que as relações da Alemanha com a França estão em mau estado, além das com a Itália e até a Espanha. Outras análises apontam que Tsipras pode ter colhido uma “vitória na derrota”, pois conseguiu permanecer no cargo até o momento, aparentemente com apoio da maioria da população, além de ter ganho pontos ao expor a situação com clareza e destemor. Ao contrário, a Alemanha teria colhido uma “derrota na vitória”, pois comprometeu seu papel de liderança com a intransigência em relação à Grécia, na esperança, dizem alguns analistas, de que a proposta feita fosse inaceitável para Tsipras que, assim, teria de ou renunciar ou sair do euro.
Alemanha (2)
O Ministério do Interior alemão anunciou que a menina que chorou diante da chanceler Angela Merkel poderá ficar no país com a família. Entretanto mais dois prédios para refugiados foram incendiados durante o fim de semana.
Alemanha (3)
Dissidentes do conservador Alternative für Deutschland (AfD) anunciaram a formação de um novo partido de direita, o ALFA (de Allianz für Fortschritt und Aufbruch, que as agências alemãs vem traduzindo por Aliança para o Progresso e Renovação). O novo partido declarou ser favorável a cortes na dívida grega e também se caracterizou como “anti-verde”, alegando que a ideologia ambientalista vem impedindo o progresso da economia alemã.
Reino Unido (1)
Levantou-se enorme polêmica com a divulgação de um filme antigo que mostra o tio da Rainha Elizabeth II, o futuro Duque de Windsor, que depois renunciaria ao trono para casar-se com uma norte-americana “plebeia e divorciada” (o que escandalizou a nobreza britânica), ensinando-a e a outros membros da família a fazer a saudação nazista em 1933. A futura rainha teria, então, seis ou sete anos de idade. A polêmica não atinge a integridade da Rainha, uma vez que ela era criança e estava na companhia do tio, cujas simpatias pelo nazismo tornaram-se conhecidas, mas sim o fato do filme ter permanecido secreto durante tanto tempo.
Reino Unido (2)
Cresce também a polêmica em torno do plano do chanceler (no Reino Unido cargo equivalente ao de ministro das Finanças) George Osborne de cortar 18 bilhões de libras do orçamento público, sobretudo na área social, e também de diminuir os impostos sobre as empresas e o capital. O chanceler alega que assim estará favorecendo o aumento das taxas de emprego e dos salários, fazendo uma reforma necessária no Estado do Bem Estar Social. O projeto vai à votação na Câmara dos Comuns na segunda-feira.
ISIS (1)
Militantes do Estado Islâmico “comemoraram” o fim do mês de Ramadã muçulmano explodindo uma bomba perto de uma mesquita no Iraque deixando mais de cem mortos e centenas de feridos. Este mês é dedicado a preces, meditação e jejum do nascer ao pôr do sol, mas nos vários países onde atuam os militantes do ISIS o usaram como um período de intensificação dos ataques aos “infiéis”, o que inclui os muçulmanos que não seguem a sua orientação religiosa.
ISIS (2)
Os curdos afirmaram que as forças do ISIS estão usando armas químicas (gás) contra sua população e Exército. Caso confirmada a denúncia, fica a duvida sobre onde e como elas conseguiram estas armas.
FONTE: Carta Maior