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Comentários de Ronaldo Tedesco ao jornal O Globo sobre a gestão da Petros

Data da publicação: 03/10/2014
Autor(es): Rogerio Lessa

Procurado pelo jornalista Rennan da Rocha Setti, da editoria de Economia do jornal O Globo, que solicitou sua opinião sobre a gestão de Wagner Pinheiro à frente da Petros, o diretor de comunicações da AEPET, Ronaldo Tedesco, que é Conselheiro Fiscal do referido fundo de pensão, encaminhou os comentários abaixo relacionados. O presidente da AEPET, Silvio Sinedino, também Conselheiro Fiscal da Petros, também foi procurado pelo jornalista.

Segue a resposta de Tedesco.

Prezado Rennan,

Meus comentários a respeito do solicitado são os seguintes:

A gestão de Wagner Pinheiro de Oliveira na Petros foi marcada por perda de direitos previdenciários dos petroleiros e uma relação muito ruim com os representantes dos trabalhadores que mantém uma postura de independência ao governo.

O Plano Petros BD foi fechado de forma ilegal em 2002 pela sua Diretoria Executiva à entrada de novos participantes. E, de novo, após muita pressão sobre a antiga SPC, foi mantido o seu fechamento, de forma irregular (por que retroativa) em 2006. Isto tudo sob a “fiscalização” pacífica da SPC e atual PREVIC.

As contas da Petros há 10 anos não têm sido aprovadas pelo seu conselho fiscal e os representantes eleitos dos petroleiros (que não têm compromisso com o governo). Entre os motivos podemos citar: a Diretoria Executiva da Petros não cobra as dívidas que a Petrobrás tem para com o plano de benefícios; há uma utilização ilegal do dinheiro do plano Petros BD para financiar a administração dos planos do multipatrocínio, o que já causou prejuízos da ordem de 200 milhões de reais em valores históricos admitidos pela Petros. Adicionalmente o crédito privado tem hoje uma provisão para perdas que pode atingir 1 bilhão de reais. As contas da Petros têm sido aprovadas pelo conselho deliberativo com apoio do representante da FUP – federação governista – e estão sendo questionadas pelos participantes na PREVIC.

A gestão de Wagner Pinheiro, ao criar o Plano Petros 2, precarizou o direito à previdência complementar dos petroleiros, reduzindo a contribuição histórica da Petrobrás aos planos de benefícios em mais de 30%.

Estes são meus comentários.

Atenciosamente,
Ronaldo Tedesco
Conselheiro Fiscal da Petros