REPACTUAÇÃO: PETROLEIROS REAFIRMAM CONFIANÇA NO PLANO PETROS BD
Depois do dia 31/08, data-limite para a repactuação, o silêncio fúnebre contagiou a trilateral direções da Petrobrás, da Petros e da FUP.
Seria um silêncio da derrota, da vitória ou outro fator preocupante, uma vez que protelaram a divulgação do resultado para o dia 12/09? E por quê?
Após algumas pesquisas reservadas, não ficou dúvida de que o silêncio deles tinha origem na derrota. Mas não foi só isso. Era um choro silencioso e nervoso, que por parte da FUP, deu lugar a outra ação desastrosa, muito bem expressado no portal daquela entidade, com a seguinte manchete: ‘Estimativa da FUP é de que mais de 50% dos participantes repactuaram’. Assim a FUP passou a explicitar claramente a tentativa de uma ‘virada de mesa’, na pretensão de tentar esconder a derrota que os petroleiros infligiram ao triunvirato.
‘Se a maioria dos participantes repactuarem (50% mais um), a FUP lutará para que o acordo seja implementado, independentemente do conceito adotado pela Petrobrás de adesão maciça. Caso a companhia concorde com a reivindicação da Federação, implementaremos o maior acordo já conquistado pela categoria e o maior já realizado no sistema brasileiro de previdência complementar’, disse a desorientada direção da entidade, manifestando a ousadia de pretender elevar mais o nível de desgaste da Petrobrás no malogrado processo de repactuação, uma vez que a Companhia ressaltou expressamente em diversos informativos que a adesão devia atingir 95%.
Eles foram vencidos pela verdade e pela revolta de inúmeros petroleiros que sofreram assédio moral e coação com propaganda enganosa e ameaças de toda ordem para repactuarem. Agora a FUP, derrotada, tenta uma virada de mesa, que não conseguirá, pois várias lideranças das entidades que compõem o CDPP já estão atentas ao fato e tomando as devidas providências para repelir s golpe e fazer valer a vontade dos petroleiros, unidos, em defesa da Petrobrás e do Plano Petros BD. Já mostraram isto derrotando o aparato de pressão montado.
A FUP deu margem a uma ação judicial para destituir uma direção que não representaria mais a categoria, pois assinou um acordo de obrigações recíprocas, abrindo mão de direitos da categoria, sem consultá-la. Ficou a dúvida sobre a autoridade da FUP nas negociações com a Petrobrás. ‘É o mesmo time’. Ressente-se de uma federação sindical que expresse os reais interesses coletivos dos petroleiros e não a que usa artimanhas defensoras de interesses pessoais e de seus grupos. Uma saída para isso, seria a eleição direta para a diretoria da FUP. Assim como está, comprometem o Sistema Petrobrás e, consequentemente, a estabilidade energética da Nação, dado que o setor petrolífero no país tem altíssima relevância.
Petroleiros unidos contra a gula de Wall Street e Bush
‘Não faz mais sentido deixar que as grandes decisões políticas sejam tomadas por uma minoria desacreditada. Elas devem ser tomadas por todos, em vista do bem comum e não de interesses particulares dos detentores do poder’, disse o renomado jurista Fábio Konder Comparato, professor da Faculdade de Direito da USP, em entrevista ao sítio português ‘IHU On-Line’. Os defensores da repactuação acharam que podiam comprar a consciência dos petroleiros com a paga de um golzinho usado, que é o que dá para comprar com os cerca de R$ 11.000,00 (R$ 15.000,00 – Imposto de Renda).
A consciência da imensa maioria de cidadãos que lutam por um Brasil soberano não tem preço. Petróleo é o que dá viabilidade ao Brasil, pelo menos até que se viabilize a energia alternativa. Seu preço é a vida da Nação. Seu preço é a soberania nacional. Portanto pode ser num grupo ideologicamente instável a ditar as diretrizes maiores daquela que é uma das maiores empresas petrolíferas do mundo – a Petrobrás –, em detrimento dos interesses da nação e do povo brasileiro. A máscara caiu. Triunfaram os petroleiros nacionalistas e conscientes.
Os aguerridos petroleiros que integram o CDPP, a FENASPE e as demais entidades sérias que defendem a categoria, demonstraram não estar precisando de engodo nenhum, mas sim, de dignidade e respeito para com eles, com o Sistema Petrobrás e com o Monopólio Estatal do Petróleo, que nunca deixaram de enfatizar nas teses defendidas, e souberam ganhar os corações e confianças da imensa e respeitável categoria.
Os participantes deram um rotundo ‘NÃO’ ao escandaloso ‘Termo de Adesão’, que demonstrou ser obra de entreguistas e seus serviçais que não entendem a categoria, não conhecem seus sonhos e ideais. Na verdade não são petroleiros. E mais: demonstraram que não estavam nem aí para tais anseios, e, sim, para os anseios dos 49,5% de acionistas da Petrobrás em Wall Street.
A categoria acreditou nas orientações da AEPET e demais entidades que compõem o CDPP, ou seja, jogaram no arquivo morto aquela caríssima papelada. Teve ainda os que jogaram no lixo e queimaram. O que foi compreensível, dado o tamanho da ofensa que foi o ‘Kit da Morte’, a pressão espúria (assédio moral) e a coação exercida pela trilateral sobre os petroleiros. PPV, migração, acidente da P-36, unidades de negócios, Petrobrax, Petros 2, repactuação, leilões das nossas bacias sedimentares, exportação de petróleo, terceirização, entre outros, são artimanhas oriundas do Consenso de Washington. É bom que se repita isso quantas vezes forem necessárias.
Nesse sentido, se explica o inferno vivido pelo Governo Lula atualmente no estratégico setor petrolífero, entre outros, por ter cometido o erro grosseiro de ter se submetido aos interesses de Washington e não aos interesses brasileiros. Ele até fez questão de, no atual horário eleitoral, mostrar sua imagem apertando a mão ensangüentada do presidente petro-castrense George W. Bush, que o quer reeleito, por fazer o mesmo entreguismo de FHC, mas com apoio e a neutralização/cooptação dos sindicatos, neo-pelegos. Por isso, continuamos assistindo as tristes cenas de tentativas de quebra da integridade do Sistema Petrobrás.
Se os 49,5% de acionistas norte-americanos da Petrobrás não suportam ouvir a expressão ‘bem-estar social’ no seu próprio país, que dirá aqui. Mas os defensores da repactuação acham que é possível acordo com essa gente. A cada derrota que o Consenso de Washington sofre, emenda uma outra artimanha com o fito de aprofundar a privatização/desnacionalização disfarçada da estatal brasileira, ainda em curso.
Saudamos a direção da Petrobrás por ter reconhecido a inviabilidade da proposta de ‘repactuação’, através do seu ‘Informativo RH’, edição 31, de 11/09/06. No entanto lamentamos que a Companhia insista no processo de implantação do Petros 2 para os empregados sem plano, pois a decisão mais acertada é a reabertura do Plano Petros BD, para todos, que foi fechado ilegalmente. Lamentamos, também, o fato da empresa manifestar, no mesmo informativo, que ‘as questões judiciais constantes na proposta da Petrobrás continuarão tramitando na justiça’. A carta da AEPET em tréplica àquela assinada pelo chefe de Gabinete, em nome do presidente, explicita a fragilidade dos argumentos deles: usaram um decreto do Governo Collor como base para defender a tese da cobrança aos participantes, de 50% de eventuais déficits.
Um erro grosseiro. O Gover no Lula tem permitido que tudo isso aconteça no setor petróleo, o mais estratégico para a sobrevivência do Brasil como Nação soberana. Permite que o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima (PCdoB-BA) determine que a Petrobrás não possa adquirir as áreas promissoras que desejar, como a Bacia de Campos, no 8º Leilão da ANP. É uma discriminação absurdamente entreguista.
O Governo Federal tem permitido, através dos leilões da ANP, a evasão do nosso parco e estratégico ouro negro e da nossa auto-suficiência para atender à máquina de guerra chamada Estados Unidos da América do Norte (não o verdadeiro EUA, mas sim aquela camarilha de petro-castrenses que tanta infelicidade está espalhando pelo mundo, hoje comandada por George W. Bush). ‘Todos aqueles que tentaram se impor pela força mancharam a história e se tornaram uma lembrança asquerosa para as pessoas’ (Augusto Curi – ‘Mestre dos Mestres’).
Outro erro estratégico do presidente Lula, foi ter permitido que a alta-gerência da Petrobrás fosse escolhida pelo critério da militância e não pelo critério da competência. Por essa razão, esses ‘gerentes’ mantiveram no segundo escalão os nomeados pelo Governo FHC, que são os que comandam as decisões da empresa. Segundo informou a Ata da Assembléia Geral Extraordinária da Petrobrás, a companhia gastou, com eles, no período de abril de 2006 a março de 2007, R$ 7.080.000,00 (sete milhões e oitenta mil reais), incluído, no caso da Diretoria Executiva, honorários mensais, gratificação de férias, gratificação de natal (13º salário), bem como participação nos lucros da empresa. Por estas e outras, idolatravam Reichstul.
Elegeram para o Conselho de Administração da Petrobrás o magnata Jorge Gerdau, que tem tomado decisões relevantes na Petrobrás, contribuindo em muito para o péssimo clima organizacional que vive a Companhia. Esse grupo manda e desmanda na Petrobrás; insiste na nefasta política de terceirização; está encurtando a vida de nossas reservas de petróleo; está deteriorando o clima organizacional da Companhia; discriminando os novos funcionários quando não lhes permitem, ilegalmente, ingressar no Plano Petros BD; estão comprometendo a sobrevivência da memória técnica da Petrobrás, quando tentam, por diversas vezes derrubar o Petros BD, em atendimento aos acionistas de Wall Street, o que faria com que a Companhia passasse a ser uma treinadora de mão-de-obra para empresas estrangeiras.
E o descuido do Governo Lula com a soberania brasileira não fica só no setor petróleo. O Projeto de Lei 4776, já aprovado no Congresso, entrega 40 mil hectares da Amazônia para empresas estrangeiras explorarem as riquíssimas reservas de minérios estratégicos e das reservas da biodiversidade lá existente, além de abrir imensas áreas para o criminoso plantio da soja transgênica. O Governo Lula entregou, também, a Câmara de Desenvolvimento de Energia (Biomassa) ao comando do cartel estrangeiro (Cargill, ADM e Monsanto), que comercializarão o farelo de soja, ficando o óleo como subproduto. Assim, elas massacrarão os pequenos produtores de biodiesel. Tal fato torna uma falácia o discurso de apoio à agricultura familiar.
Por tudo isso, os petroleiros não vêem outra solução a não ser a depuração das suas representações sindicais e o fortalecimento da unidade na defesa da Soberania Nacional, do Sistema Petrobrás, do respeito aos petroleiros e ao povo brasileiro.
Até o fechamento desse boletim, tudo indicava que o resultado ficaria em torno de 50%, devido a desinformação e ao corpo gerencial alinhado a alta-gerência da Petrobrás, que proibiu os quatro conselheiros independentes, eleitos, de falar para o pessoal da ativa, levando os dados mais consistentes.
Editorial
PSICOADAPTAÇÃO
Segundo o Psiquiatra Augusto Cury, psicoadaptação é uma forma de a nossa mente se acostumar a coisas positivas ou negativas. Um artista pode se adaptar rápido ao sucesso de uma obra sua e buscar produzir outras. É o lado positivo, que incentiva a criatividade. Mas existe o lado negativo: os soldados nazistas se adaptaram à violência de tal forma que cometeram genocídios, inclusive com crianças judias, aos milhares; soldados de Israel têm cometido diversas atrocidades, inclusive genocídios, com os civis palestinos e os libaneses. Os soldados americanos têm feito o mesmo no Iraque (a ponto de destruir um país) e no Afeganistão. É o lado perverso da psicoadaptação dessas pessoas.
No Brasil estamos vivendo este lado perverso da adaptação a negatividades: à violência, ao crime organizado e à corrupção. As pessoas já não ficam chocadas com os bárbaros assassinatos ou com o crime organizado: narcotráfico, assaltos a bancos ou com a entrega das nossas riquezas ao capital internacional (os minérios, a Amazônia, o petróleo, a Vale do Rio Doce).
Mas, ainda mais grave, é a psicoadaptação à corrupção. Os valores éticos e morais são de profunda relevância à saúde de um país. Como o candidato Lula é o escolhido pelo governo Bush, a Rede Globo fez (mais uma vez!) uma novela voltada para reduzir a importância desses valores e, assim, salvar o candidato das graves acusações de conivência com a corrupção (vide a novela ‘Belíssima’). Há opções fora da monotonia PT/PSDB. Bom voto.
ONDE ESTÁ A TRANSPARÊNCIA?
Pedro Carvalho – Diretor de Pessoal da AEPET
A Petrobrás, a Petros e a Fup alardeiam que o processo de repactuação foi uma atividade transparente para os participantes.
Tal fato não foi verdade como, também, não foram verdadeiras muitas das afirmações dessas entidades relacionadas com o processo de repactuação proposto.
Vamos analisar os fatos.
Os representantes da Petrobrás e da Petros sistematicamente se furtaram ao debate franco com os representantes das Associações e dos Sindicatos que apóiam o Plano Petros BD, para todos.
Foi assim na audiência pública realizada recentemente na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em que o presidente da Petrobrás Sérgio Gabrielli se esquivou de comparecer ou de mandar um representante da Empresa. Do mesmo modo fugiram ao debate do dia 24/08 na TV Comunitária para o qual o RH da Petrobrás foi convidado e não compareceu.
Também a empresa impediu que os representantes das associações participassem de palestras e debates nas unidades e prédios da Petrobrás.
Tal atitude autoritária não permitiu que aqueles que precisam tomar uma decisão, que afeta não só a sua vida futura a de seus familiares, ouvissem os pontos de vista contrários à proposta da Empresa.
Então perguntamos: Onde está a transparência?
No Termo de Adesão há um item em que o participante devia confirmar que foi bem informado sobre os prós e contras da proposta da Empresa.
Como alguém pode afirmar tal coisa se só estava ouvindo o que os representantes da Petrobrás queriam que eles ouvissem?
Nas reuniões ditas ‘de esclarecimento’, patrocinadas pela Empresa ou pela Fup, quando algum assistente fazia uma pergunta cuja resposta colocava à mostra falhas ou o lado ruim da proposta, os representantes da Petrobrás, Petros ou Fup desconversavam e acabavam não dando nenhuma resposta.
Onde está a Transparência?
Recentemente, quando o conselheiro eleito da Petros, Fernando Siqueira, se preparava para atender à uma solicitação de palestra no terminal de Alemoa, em Santos (SP), foi impedido de fazer essa palestra por ordem da direção da Petrobrás.
Onde está a transparência?
Os que representaram a empresa nas palestras para os participantes não permitiram que se fizesse qualquer comentário contrário aos pontos por eles defendidos.
Nas reuniões com o pessoal da ativa onde os gerentes foram obrigados a repactuar e, para não tergiversarem depois, foram fotografados no ato de assinatura da repactuação. Foi assim na REDUC e também na REPLAN.
No recente congresso da FUP, a direção majoritária impôs, de maneira truculenta e ditatorial, dois itens para discussão:
apoio à candidatura Lula e à repactuação. Não permitiram o debate da ordem do dia o que resultou na saída de diversas delegações de sindicatos que abandonaram o CONFUP, iniciando assim a dissidência com a provável criação de uma outra entidade que venha a substituir a FUP.
Onde está a transparência e a liberdade para decidir?
Todos estes fatos só provam que a tal transparência é opaca, que a proposta é prejudicial aos interesses dos participantes e que a ação correta e segura foi NÂO REPACTUAR!
CONCURSO DE MONOGRAFIAS ‘CRISE DO PETRÓLEO E O ESTADO DE DIREITO’
A AEPET-SE/AL estará promovendo, de agosto de 2006 até 02 de abril de 2007, o Concurso de Monografias ‘CRISE DO PETRÓLEO E O ESTADO DE DIREITO’, que visa promover a conscientização da importância estratégica do petróleo no dia-a-dia do Estado brasileiro e do cidadão.
A AEPET-SE/AL informou, também, que o concurso propõe mobilizar os estudantes universitários de Aracaju, e de todo Estado de Sergipe, para pesquisarem o assunto, a fim de sistematizar os desafios futuros à nossa sociedade, contribuindo para soluções criativas e modernas, por meio das monografias. Confira toda a programa e instruções abaixo.
Local: Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET/SEAL) Rua Pacatuba, 254, sala 1203, Edifício Paulo Figueiredo – CEP:- 49.010-150- Fone / Fax: (079) 3214-5073 Aracaju/SE – e-mail: aepet@infonet.com.br. No sítio da AEPET (www.aepet.org.br), os interessados poderão baixar a documentação do Concurso.
PENSANDO O BRASIL: ALTERNATIVAS POLÍTICAS
Agora os organizadores do ‘Pensando o Brasil’ querem levar os resultados do ciclo de palestras ao conhecimento da sociedade brasileira, que poderão organizar descontraídos ciclos de discussões com familiares e amigos. O Ciclo de Palestras ‘Pensando o Brasil’ foi encerrado no dia 31/08, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), com o Balanço e Conclusões’, com o economista João Paulo de Almeida Magalhães; com o engenheiro Raymundo de Oliveira; com o presidente da AEPET, Heitor Manoel Pereira; e com o presidente da ABI, Maurício Azedo.
8º LEILÃO DISCRIMINA PETROBRÁS
Ruy Gesteira – Diretor de Administrativo
A ANP programou para os dias 28 e 29/11/06, a realização da 8ª Rodada de Licitações das bacias sedimentares brasileiras, a quarta no Governo Lula. Ela dará ênfase à áreas potencialmente portadoras de gás nas Bacias de Santos e do Espírito Santo.