DIRETORES DA AEPET FAZEM PALESTRAS SOBRE PRÉ-SAL NO CLUBE MILITAR
O Clube Militar promoveu, nesta quarta-feria (15/07), em sua sede no Centro do Rio de Janeiro, o seminário ‘Petróleo/Pré-Sal: A última fronteira e geopolítica nacional’. O concorrido evento, que foi aberto pelo presidente do Clube Militar, o General-de-Exército Gilberto Barbosa de Figueiredo, teve como palestrantes os diretores da AEPET, Fernando Siqueira (presidente) e João Victor Campos (diretor Cultural). Diversas lideranças prestigiaram o seminário, entre elas, a presidente do Modecon (Movimento em Defesa da Economia Nacional), Maria Augusta Tibiriçá; o presidente do CEBRES, Brig. Oswaldo Terra de Faria; Cel. Amerino Raposo, da diretoria do CEBRES; o presidente da AMBEP, Yvan Barretto de Carvalho; o ex-diretor da Petrobrás, Maurício Alvarenga; o escritor Marcos Coimbra, do CEBRES; diversos oficiais generais das FFAA; os diretores da AEPET Pedro da Cunha Carvalho (vice-presidente), Roldão Fernandes (diretor de Comunicações) e David Garcia de Sousa (diretor Jurídico); e a presidente nacional do PCB (Partido Comunista Brasileiro), Zuleide Faria de Mello.
O geofísico João Victor Campos, utilizando imagens projetadas, abordou o tema do Pré-Sal, dando enfoque a três aspectos principais: a) teorias da Deriva Continental e da Tectônica de Placas; b) construção da arquitetura e ambiente do Pré-Sal e reservatórios de carbonatos microbiais; e c) Diálogo Interamericano e o Projeto Antimilitar, que ele acredita ainda estar por tràs da tentativa de privatização da Petrobrás.
O presidente da AEPET, Fernando Siqueira, falou sobre a geopolítica internacional do petróleo, com destaque para as oscilações de preços do barril da matéria-prima, bem como a crescente demanda em descompasso com a decrescente oferta. Ele falou sobre a atual conjuntura em que as chamadas ‘Sete Irmãs’ do petróleo só tem 3% das reservas mundiais do produto e que por isso precisam desesperadamente de novas descobertas para continuarem sobrevivendo.
Com o Pré-Sal, a pressão dos EUA foi imediata e chegou a reativar a sua Quarta Frota Naval para operar no Atlêntico Sul, frota esta que estava desativada. Nesse sentido, a AEPET avalia que o domínio das reservas será crucial para uma série de países. Assim, a soberania brasileira sobre o pré-sal é fundamental para que o nosso Brasil invista no desenvolvimento da sua economia e na resolução das discrepâncias sociais em diversos segmentos, como, por exemplo, na educação e na saúde.
Ao responder às perguntas dos presentes, os palestrantes defenderam que a população brasileira se mobilize para mudar o marco regulatório do setor petrolífero, entre outras questões estratégicas no setor petróleo. O investimento de recursos na Defesa do Brasil, na opinião de Siqueira, é fundamental. João Victor Campos também defendeu investimentos por parte do Governo Federal nas Forças Armadas e disse que tal investimento é essencial e vai requerer cerca de R$16 bilhões por ano, durante 10 anos. Hoje, as FFAA tem recebido cerca R$ 4,6 bilhões de dotação orçamentária anual.
O Presidente do Clube Militar, General Gilberto Barbosa de Figueiredo, ao terminar o evento, defendeu o engajamento da sua entidade na luta em defesa da soberania energética brasileira com o Pré-Sal. Ele afirmou que como na campanha do ‘O Petróleo é Nosso’, que resultou na criação da Petrobrás em 1953, por Getúlio Vargas, o Clube Militar deve dar sua contribuição na unidade da sociedade brasileira em defesa deste setor estratégico. E mencionou um fato histórico de uma reunião na entidade na década de 1940 que levou ao projeto nacional de criação da maior empresa do nosso país, a Petrobrás, que é reconhecida mundialmente por sua tecnologia em várias áreas.
Júlio Cesar de Freixo Lobo
Foto: Alessandra Bandeira