Decapitações
O Estado Islâmico colocou novo vídeo na internet mostrando mais 19 decapitações: 1 de um norte-americano, Peter Kassig, mais 18 de militares sírios capturados. A liberação do vídeo se segue a uma semana de derrotas nas frentes militares, com o Estado Islâmico perdendo o controle sobre uma refinaria que capturara no Iraque e com sua ofensiva contra os curdos detida na região de Kobane, junto à fronteira turca. Por outro lado, outros grupos oposicionistas na Síria continuam a fazer críticas à política dos Estados Unidos atacarem o EI, afirmando que isto apenas ajuda o governo de Bashar al-Assad.
G-20 e arredores
O G-20 se encerrou no domingo, 16, com a adoção de uma série de propostas para tentar reerguer a economia mundial. Pelo acordo a que chegaram os países-membros mais a União Europeia, haverá a injeção de mais 2 trilhões de dólares U. S. na economia, sobretudo em investimentos em infra-estrutura e geração de empregos, o que permitiria a inclusão de mais 100 milhões de trabalhadores no mercado de trabalho, sobretudo de mulheres. Além disto o grupo concordou em tomar novas medidas contra a sonegação internacional, numa cooperação que já envolve 92 países, o que poderia trazer mais 32 bilhões de dólares às economias formais. Com estas medidas o G-20 espera atingir uma meta de crescimento de 2% no PIB mundial.
Apesar disto, várias críticas e comentários reforçam o clima sombrio que paira sobre as expectativas em relação às economias do mundo. Federações sindicais internacionais presentes declararam considerar esta meta “irreal”, pois o desemprego hoje atinge 200 milhões de trabalhadores no mundo inteiro. A diretora-presidenta do FMI, Christine Lagarde, alertou que “o alto endividamento, o desemprego e a estagnação” podem se tornar “a normalidade” na Europa.
O clima de beligerância dos países do Ocidente contra a Rússia levou o presidente Vladimir Putin a deixar o encontro antes de seu término. O clima se complicou ainda mais nesta segunda-feira, quando Rússia e Polônia expulsaram mutuamente diplomatas acusados de “atividades incompatíveis com sua função”. A possibilidade de novas sanções contra o governo e empresas russas aumenta o temor de recessão, uma vez que a compressão da economia deste país pressionaria também as exportações europeias. Além da economia, outros temas que deominaram o encontro foram a mudança climática, o surto de ebola e a crise na Ucrânia.
Irã e grupo dos seis
Nesta semana haverá a retomada das negociações entre o Irã e o chamado “grupo dos seis” (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China) em Genebra, cobre o programa nuclear daquele país. Os comentários sobre o tema são contraditórios. Alguns dizem que o grupo está à beira de um acordo histórico, havendo poucos pontos ainda a acertar entre os negociadores, cujo prazo se encerra no dia 24 deste mês. Um acordo poria fim a uma controvérsia que já dura 12 anos.
Os principais temas a serem acordados são: 1) O prazo de duração do próprio acordo: o Irã desejava, três anos, os outros países, 20; pode-se chegar a um acordo em torno de dez anos. 2) A redução de centrifugadoras em operação no país: existem 19 mil, das quais 10.200 estão em atividade; haveria a redução para 4 mil. 3) Haveria a redução ou o fim da produção de plutônio na central de Arak. 4) A supervisão por parte da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU seria ampliada e se tornaria permanente. 5) Haveria a transferência de reservas de urânio enriquecido ou por enriquecer do Irã para a Rússia. O secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro de Relações Exteriores Mohammad Javad-Zarif estarão presentes.
Os céticos afirmam que mesmo que os negociadores cheguem a um acordo, isto não significa que os governos envolvidos o aceitarão. Apontam a complexidade da situação política dentro do Irã e em outros países. Segundo estes comentários o país mais recalcitrante em fazer concessões é a França, devido a suas ligações econômicas com a Arábia Saudita e o Qatar. Os sauditas já disseram que se dispõem a “igualar” a capacidade nuclear do Irã, seja ela qual for, para impedir a supremacia deste país no mundo muçulmano da região. Israel segue condenando qualquer acordo com o Irã, junto com seus partidários nos Estados Unidos.
O governo mais insistente em obter um acordo seria o norte-americano, pois o presidente Obama necessita de alguma vitória diplomática para compensar seu enfraquecimento interno e externo depois das eleições de novembro. Já os republicanos se m mostram dispostos a usar de suas novas maiorias no Congresso de Washington para sabotar qualquer acordo.
China e Austrália
Logo depois do fim do encontro do G-20 o presidente chinês, Xi Jinping, discursou no Parlamento australiano. Ambos os paises devem anunciar esta semana um acordo de livre-comércio, o que marca a nova política de distensão posta em prática pela China na região, que já provocou um novo clima de apaziguamento com o Japão.
Japão
Na terça-feira espera-se que o primeiro-ministro japonês Shizuo Abe anuncie eleições antecipadas para meados de dezembro deste ano. O Japão entrou em nova fase de recessão econômica, seguindo a tendência mundial. Os salários estão em queda ou congelados na maior parte das empresas. O consumo caiu depois de um aumento no equivalente ao ICMS em maio. As exportações também estão em queda com a crise na União Europeia. O preço da energia subiu. O primeiro-ministro, com a popularidade em queda, tentaria reforçar-se politicamente com as novas eleições em meio a seu mandato.
Romênia
No domingo o conservador Klaus Johannis, do Partido Nacional Liberal, derrotou o social-democrata Victor Ponta na eleição presidencial. A margem da vitória foi pequena, mas surpreendente, pois Victor era o favorito.
Colômbia
A captura pelas FARC do general Ruben Dario Azate e de mais um militar e um civil no fim de semana põe em perigo as negociações de paz com o governo no presidente Juan Manuel Santos, que ordenou a suspensão das reuniões previstas para esta semana em Havana, Cuba. A situação se complica porque as FARC vêm apresentando tendência à fragmentação, tornando-se mais um conglomerado de facções autônomas do que um grupo unificado.
FONTE: Carta Maior