Notícia

Crise migratória é o destaque internacional

Data da publicação: 31/08/2015
Autor(es): Flávio Aguiar

Migrantes

A melhor notícia do fim de semana foi a ausência de notícias. Depois de uma semana catastrófica, com pelo menos 321 mortes registradas (71 na Áustria, no compartimento de carga de um caminhão, e 250 no Mediterrâneo), nenhum novo incidente deste tipo foi registrado entre sexta e domingo. Entretanto a saga continua. Levas de migrantes estão atravessando sucessivamente o mar, tentando chegar à Itália ou à Grécia, ou ainda por terra, indo para a Grécia ou a Turquia. Destes desde a Grécia os migrantes tentam passar à Macedônia, depois à Servia, daí à Hungria e deste ao restante do continente. 47% dos migrantes que chegam à Europa procuram a Suécia ou a Alemanha. No continente há um debate acirrado sobre a atitude do governo húngaro, que está construindo um muro na fronteira com a Servia para tentar conter os migrantes, é verdade que até o momento sem muito sucesso. A França condenou veementemente esta atitude, junto com a Alemanha, mas o governo húngaro se mostra decidido a levar adiante a empreitada. Do outro lado do Atlântico, o governador norte-americano do estado de Wisconsin, Scott Walker, e pré-candidato republicano à presidência, surpreendeu ao propor a construção de um muro… na fronteira com o Canadá. Ninguém entendeu muito bem a proposta, mas ele a defendeu na tevê.

Egito

Repercute Internacionalmente a condenação judicial de três jornalistas da Al Jazeera a três anos de prisão, por suposta incitação ao terrorismo. Eles são o egípcio Baher Mohamed, o canadense Mohamed Fahmy e o australiano Peter Gresle, este último condenado à revelia por ter sido expulso do país. Diplomatas no Cairo condenaram a decisão, e por isto o governo egípcio convocou o embaixador britânico a dar explicações, pois este se expressou em árabe numa tevê local. Por outro lado o governo anunciou que realizará eleições parlamentares, em dois turnos, em outubro e novembro deste ano. As eleições deveriam ter sido realizadas em março.

Japão

Avolumam-se os protestos contra o projeto do governo conservador do primeiro-ministro Shinzo Abe de mudar a Constituição, autorizando as Forças Armadas a fazerem operações militares fora de seu território. No domingo um protesto gigantesco reuniu 120 mil pessoas em Tóquio.

Reino Unido

Causa agitação a decisão do chanceler (no R. U., equivalente a ministro das Finanças) George Osborne, anunciando novos investimentos de 500 milhões de libras esterlinas na base naval conhecida pelo nome de Faslane, na Escócia, base dos submarinos nucleares Trident. Houve protestos de parlamentares escoceses, argumentando que o chanceler se precipitou, e que deveria esperar um maior debate sobre o tema, que é controverso. O chanceler Osborne tem se notabilizado pela realização de cortes profundos nos investimentos sociais do governo britânico, e pelas críticas ao candidato favorito até o momento a novo líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, dizendo, entre outras coisas, que ele seria catastrófico para a segurança do país por sua posição contrária à expansão do armamento nuclear do país.

Malásia

Continuam os protestos na capital, Kuala Lumpur, pedindo a saída do primeiro-ministro Najib Razak do governo, acusado de receber indevidamente 700 milhões de dólares em “doações” à sua conta particular. Segundo a policia, no fim de semana 20 mil pessoas protestaram; segundo os organizadores os manifestantes foram 200 mil no sábado e 300 mil no domingo. O primeiro-ministro minimizou os protestos e disse que não cederá.

China

O governo chinês organiza gigantesca parada militar para comemorar neste semana os 70 anos dos fim da Segunda Guerra Mundial. Militares de 17 outros países tomarão parte no desfile, que contará com a presença de 30 chefes de estado, entre eles Vladimir Putin. O secretário-geral do ONU, Ban-KI Moon confirmou sua presença, dizendo ser necessário reconhecer a contribuição chinesa na luta contra o fascismo. Moon foi criticado pelo governo japonês, cujo primeiro-ministro, Shinzo Abe, tentou marcar uma reunião, sem sucesso, com dirigentes chineses logo antes ou logo depois da comemoração. O imperador japonês anunciou a rendição de seu pais no dia 15 de agosto de 1945, dias após a destruição de Hiroshima e Nagasaki por bombas atômicas. Mas a assinatura do termo oficial de rendição só se deu em 02 de setembro, a bordo do navio norte-americano USS Missouri.

FONTE: Carta Maior