Perda de Soberania
A história da carochinha é apenas exportação de petróleo, mas quem será o lobo mau?
Conforme a AEPET vem anunciando desde o primeiro Forum Social Mundial, onde ocorreu uma oficina sobre petróleo, e com base em informações de analistas sérios, o petróleo está se aproximando dos U$ 100 por barril. A razão fundamental é que o pico de produção mundial, previsto para ocorrer em 2010, já está acontecendo.
Os grandes consumidores, com mais força econômica e militar que a maioria dos produtores, há muito perceberam o problema, e já começaram a tomar providências para garantir a posse das jazidas existentes nestes países: daí a guerra no Iraque, cujo objetivo foi controlar as suas grandes reservas, e a ameaça ao Irã, com o duplo objetivo de se apossar de suas enormes jazidas e eliminar sua incipiente capacitação nuclear.
Essas movimentações bélicas assustaram o mundo e provocaram reações em paises, também poderosos, que não se sentiram felizes vendo outros se apossarem dessas jazidas (prefeririam que fossem eles mesmos).
E onde é que entra o Brasil nessa história? Para quem não se lembra, em 1953, um presidente, com mais visão que os de hoje, percebeu que o petróleo é um produto não renovável. Assim, os países que o possuíssem poderiam dele fazer bom uso, enquanto durasse, inclusive vendendo-o para o exterior em quantidades suficientes para conseguir recursos a serem aplicados no seu desenvolvimento sustentável.
Infelizmente a grande maioria deles limitou-se a vender o petróleo aos países desenvolvidos a preços de ‘banana’, seus presidentes apenas almejando serem recebidos na Casa Branca para bajular o presidente de lá. No Brasil, felizmente, manteve-se a meta de explorarmos, nós mesmos, o nosso petróleo. Houve muitas dificuldades, não vamos detalhá-las, mas, após a descoberta da Bacia de Campos, a produção nacional começou a crescer. Lá pelo ano de 1997, o presidente brasileiro de então, cheio de diplomas, particularmente do Consenso de Washington, achou que o Brasil, além de dever dinheiro ao FMI (Fundo Monetário Internacional), deveria ceder suas jazidas petrolíferas para serem exploradas por particulares, especialmente extrangeiros. Foi, então, promulgada uma lei que estabelecia que empresas, devidamente qualificadas, poderiam procurar petróleo no País e deter a sua propriedade. E a PETROBRÁS, como ficaria? A intenção era dividi-la em pedacinhos a serem adquiridos por empresas particulares, visto que, ela inteira, era difícil de ser adquirida devido ao seu alto valor. Isso foi feito e até o nome da empresa quiseram mudar, mas não colou. houve, porém, um beneficio: a PETROBRÁS passou a vender o petróleo a preços internacionais, aumentando o faturamento e sua capacidade de investimento, para gáudio des seus acionistas estrangeiros.
A situação estava neste pé quando mudou o presidente da República. O novo dirigente, também um emergente do Consenso de Washington, se dizia um coitadinho que adorava viajar de avião. Tinha um problema: seu grande coração. Tentou e ainda tenta empregar todos os companheiros de luta que constituíam um partido ético, sem se importar com a capacitação deles. O presidente anterior colocara na presidência da PETROBRÁS pessoas competentes para sua destruição. O atual procura alcançar este objetivo colocando pessoas incompetentes, com algumas exceções.
O objetivo do seu governo é produzir a maior quantidade de petróleo possível e vendê-lo no mercado internacional, aproveitando seu alto preço. Dessa forma, conseguirá bastantes dólares, aliviando a balança de pagamentos. O problema que vier a ocorrer em futuro próximo, quando o preço do petróleo estiver a U$150 ou U$200/bb e nossa auto-suficiência não mais existir, será do futuro presidente, e não mais do atual, que poderá alegar ter deixado o País com muitos dólares de reserva e fortalecido uma tal de ANP (conhecida no passado como CNP depois DNC), agência que serve para controlar todo esse sistema e satisfazer os desejos dos empresários. Só temos que nos lembrar de uma coisa: se o governo não cuidar de proibir o avanço das plantações de cana sobre as culturas de subsistência ou sobre as matas virgens (existem?), teremos surpresas desagradáveis – muito álcool e pouca comida.
Finalmente, é preciso nunca esquecer que o álcool não substitui o petróleo na petroquímica. São milhares os produtos petroquímicos dele obtidos, praticamente abrangendo todas as atividades humanas. Da cana só é extraído o açúcar e o álcool, embora este satisfaça não só aos veículos como também ao latifundio, cada vez mais integrado por multinacionais que estão adquirindo nossas terras.
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