Periódico

AEPET Notícias 392

O Fracasso da Política de RH da Petrobrás

A AEPET vem há anos lutando por uma política de RH que prepare a Petrobrás para os seus desafios e de fato atenda à realidade e às necessidades do corpo técnico da companhia. O atual PCAC (Plano de Cargos e Avaliação de Carreira) promove a maior injustiça profissional da história da Petrobrás. Uma parte significativa dos profissionais, tiveram suas carreiras rebaixadas no reenquadramento. As possibilidades de ascensão profissional estão condicionadas à boa vontade das gerências. O RH da Petrobrás atua com uma concepção atrasada, gerando ilusão ao acelerar a carreira dos novos funcionários mas, ao mesmo tempo, congelando as carreiras dos mais antigos. Há uma achatamento indevido e prejudicial nas carreiras.

Aprovado em 2006, com a anuência entusiasmada da FUP – Federação única dos Petroleiros, o PCAC virou um obstáculo à carreira profissional dos funcionários da Petrobrás. A AEPET, a FENASPE, a FNP e todos os setores combativos do movimento sindical vêm denunciando desde o inicio suas contradições e equívocos. As enormes distorções do PCAC não permitem correções e revisões do mesmo. A Petrobrás pratica salários aviltados diante de outras estatais. O que deixa a Petrobrás em péssimas condições para manter sua mão de obra diante dos desafios do pré-sal.

Não pode ser que os antigos funcionários sejam desprestigiados pela companhia. É preciso que todos tenham acesso ao avanço de nível e à aceleração da carreira para todos!

APADRINHAMENTO – A AEPET afirma que o Plano de Cargos e Salários da Petrobrás desmotiva a carreira dos funcionários, não passando de uma grande fraude. A política de RH não leva em consideração o mérito do funcionário. Os bons técnicos têm sido desprezados ano a ano. As consultorias, com a chamada filosofia da carreira em “Y”, são utilizadas, muitas das vezes, para disfarçar apadrinhamentos escusos de alguns gerentes.

REMUNERAÇÃO VARIÁVEL – Como em outras empresas, a política salarial do RH envolve a chamada Remuneração Variável. Esta forma de remuneração é anterior às conquistas trabalhistas do século passado. A Participação nos lucros e resultados, bem como outros benefícios “variáveis” promove ganhos imediatos ilusórios. Algumas vezes estes ganhos podem chegar a ser 30, 40% dos vencimentos anuais dos funcionários, mas que não os acompanham na sua vida profissional. Sem nenhum preconceito, afirmamos que o petroleiro é tratado como um vendedor de enciclopédias, ganha uma participação infinitamente singela nos resultados extraordinários que produz, mas esta recompensa é vã e se extingue no pagamento. Cada profissional precisa se superar continuamente, sem receber a valorização que lhe é devida, muito menos incorporá-la. Suas descobertas e contribuições são relegadas a um critério quantitativo de avaliação e não qualitativo.

DESVIO DE FUNÇÃO – Outro problema grave na companhia é o desvio de função. Um profissional é contratado por processo seletivo nacional para trabalhar como tal e depois passa, em decorrência de ordem superior, a exercer outra função, que não aquela para a qual fora contratado. Bons técnicos passam a fiscalizar ou gerenciar contratos. Não mais atuam na sua área de especialização. A função técnica cada vez mais é desprestigiada. Os gestores de papéis são mais valorizados que os técnicos e especialistas.

TRANSFERÊNCIA DE PESSOAL – Também a política de transferência de pessoal da Petrobrás não vem respeitando o corpo técnico, já que não estabelece um tempo mínimo de permanência num local, o que muitas vezes implica em problemas que prejudicam o bem estar do trabalhador no que tange às questões de deslocamento e moradia, por exemplo.

ASSÉDIO MORAL – Muito nos preocupa que as denúncias que a AEPET tem feito sobre o assédio moral existente em diversas unidades não tenham qualquer tratamento por parte da Gerência de RH.

A AEPET tem sido procurada por funcionários que estão insatisfeitos seja com seu futuro na empresa, já que a atual política de RH da Petrobrás não lhes oferece nenhuma garantia de crescimento e ascensão dentro da companhia, seja com o desvio de função e a política de transferência de pessoal. É preciso URGENTEMENTE mudar a política de RH da Petrobrás.


Editorial: A falida política de RH
Espaço Diretoria: Repactuar nunca mais
Salário: Por um salário mínimo profissional, justo e nacional
Assédio moral: Como identificar e o que fazer
A Petrobrás ainda é a empresa dos sonhos dos brasileiros?


Downloads disponíveis: